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Com cinturões quase sem produção, projeto Câmbio Verde pode alavancar o setor na Capital

09.01.2014 · 12:00 · Vereador Eduardo Romero

Pequenos produtores de hortifruti de Campo Grande, principalmente comodatários e de chácaras no entorno da cidade estão produzindo abaixo da capacidade, inclusive por falta de incentivos. Por outro lado, o mercado revendedor ainda é refém de produções de outros estados como São Paulo.

A realidade de baixa produção pode mudar. Uma das alternativas é que saia do papel o programa Câmbio Verde em Campo Grande. Como a proposta é que o Executivo Municipal implante e gerencie a troca de produtos recicláveis por alimentos do tipo hortifruti, os pequenos produtores podem voltar a ter interesse neste tipo de produção, já que terão venda praticamente garantida.

Produtor de hortifruti há mais de 15 anos no bairro Parati, Raimundo Gomes vê o projeto como uma possibilidade de alavancar a produção que é praticamente inexpressível em Campo Grande. ‘Estava faltando uma lei assim pra nos ajudar. Produzimos alimentos fresquinhos, de qualidade, mas ainda vemos atacadistas comprar nos grandes centros’, diz.

Raimundo Gomes trabalha numa área de comodato com a esposa, três filhos e quatro funcionários, na Chácara Recanto Verde, onde também tem um sacolão pra vender sua produção. ‘Fui presidente por dois mandatos na Associação dos Comodatários de Campo Grande. Por falta de incentivos como este (programa) Câmbio Verde é que foi caindo e hoje está situação drástica a produção de hortifruti na cidade’, revela.

Pelo programa Câmbio Verde, a prefeitura vai instituir postos de troca de material reciclável por alimentos hortifruti. A cada quatro quilos de materiais a pessoa tem direito a um quilo do alimento. Também é possível trocar dois litros de óleo de cozinha inservível por um quilo do mesmo tipo de alimento.

A prefeitura fica autorizada a promover parcerias com iniciativa privada, cooperativas e associações para execução do Câmbio Verde, dando prioridade aos produtores que desenvolvem agricultura familiar na Capital.

O vereador Eduardo Romero (PT do B) é autor do projeto de lei que foi aprovado na Câmara Municipal e foi publicado em Diário Oficial no dia 6 de janeiro. Como o projeto é autorizativo, o parlamentar reforça a necessidade dos produtores hortifruti mostrarem interesse e que busquem informações na prefeitura para que o programa de fato aconteça.

‘Além de incentivar a produção de alimentos saudáveis, alavancar os produtores familiares, o Câmbio Verde também tem a questão ambiental, já que as pessoas vão se adaptar mais à coleta seletiva’, destaca o vereador Eduardo Romero.

Diretrizes

O Programa Câmbio Verde tem como diretrizes: preservação do Meio Ambiente; redução da poluição; combate a fome e a miséria; promoção de economia de matérias-primas e de energia; conscientização do cidadão a respeito da importância da reciclagem de materiais; incentivo à coleta seletiva de materiais; redução do volume de resíduos a ser encaminhado ao aterro sanitário.

O vereador Chiquinho Telles (PSD) também é autor do projeto de Lei.

 

Elânio Rodrigues e Eliane Ferreira
Assessoria de Imprensa do Vereador