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Vereador Betinho preside audiência pública que debateu Prevenção ao Suicídio

18.11.2015 · 12:00 · Vereador Betinho

Nesta quarta-feira (18), a Câmara de Vereadores realizou Audiência Pública para discutir a Prevenção ao Suicídio. Convocada pelas Comissões Permanentes de Saúde e de Assistência Social, solicitada pelo vereador Betinho (PRB), a audiência contou com diversas entidades assistenciais e de saúde mental que atuam em Mato Grosso do Sul, entre elas, o Conselho Regional de Psicologia 14ª Região (CRP 14/MS), representado pela psicóloga Giovana Guzzo.
 
Segundo Guzzo, o suicídio é uma doença multifatorial, ou seja, para desencadear há diversos fatores que podem influenciar em sua manifestação, como o histórico familiar, a existência de uma doença crônica, ou mesmo, o fator social, atualmente, por exemplo, relacionado ao momento de crise econômica que o país atravessa com o crescente número de pessoas desempregadas. A psicóloga esclarece que o suicídio não é caso de fraqueza, muito menos um ato de coragem, mas, sim, uma ação humana na qual o indivíduo enxerga a autodestruição como solução para a dor que está passando. Ela afirma que há diversas formas de prevenção ratificadas, como a inserção do debate nos estabelecimentos públicos. “Não podemos trabalhar apenas com a prevenção mas, também, com a posvenção ao suicídio para evitarmos futuros agravos da doença. E para isso é necessário inserir o debate no setor público, na saúde pública, na educação para pensarmos como a psicologia pode contribuir”, garante Giovana Guzzo.
 
Em Campo Grande, segundo números de 2014, o suicídio foi terceira maior causa de morte no município entre as motivações externas, afirma a enfermeira Laura Maria Souza de Linhares, que estava representando o secretário municipal de Saúde Pública, Ivandro Corrêa Fonseca, e que atua no Núcleo de Prevenção de Violência. Linhares afirma que no ano passado foram registrados 53 óbitos, 750 tentativas e, neste ano, até o mês de outubro, 598 pessoas tentaram se suicidar na Capital. Para a enfermeira, apesar desses números serem expressivos, não representam a realidade, pois o suicídio é tratado com preconceito pela sociedade e muitos casos não são relatados aos órgãos públicos, como o CAPS (Centro de Atendimento Psicossocial), que conta com seis unidades no município. Segundo Linhares, a principal faixa etária que cometem o suicídio é de jovens, entre 15 e 34 anos.
 
A Câmara de Vereadores aprovou a Lei nº 5.613/15, de autoria do vereador Carlão, que dispõe sobre a implantação de medidas de prevenção ao suicídio nas escolas municipais de Campo Grande, sancionada em setembro pelo prefeito Alcides Bernal. Para o professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e capelão do Corpo de Bombeiros, Edílson dos Reis, apesar da lei sancionada, é necessário capacitar os profissionais da educação para possam lidar com o assunto dentro das salas de aula do município, pois muitos professores procuraram Reis e disseram que não saberiam como dialogar com o estudante a respeito do tema. “Na UFMS temos condições de capacitar os professores a trabalharem com a prevenção ao suicídio. Precisamos trazer isso como pauta. Temos que marcar audiência com a ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública) para começarmos esse discurso com os professores. A lei já foi sancionada e agora o que precisa é normatizarmos isso para capacitar os professores. Temos condições de capacitar eles e termos efetividade prática. Fazemos um Curso de Prevenção de Suicídio, que é o primeiro do Brasil. Estamos debatendo algo fantástico, que é a vida. Estamos criando o laboratório de luto, para trabalharmos essa questão de familiares que perdem pessoas para o suicídio”, diz o capelão Reis.
 
Para o vereador Betinho, que presidiu à audiência pública, a atividade foi de imensa importância para a população campo-grandense. O parlamentar republicano acredita que atividades como essas têm o papel de inserir e esclarecer a temática para população. “O suicídio é uma causa séria. Os números apresentados na audiência mostram que esta realidade tem que ser discutida pela sociedade. Primeiro, para perder o preconceito quando se discutir o assunto e, segundo, para que ações e políticas públicas sejam criadas para prevenir este ato”, disse Betinho.
 
Além de Betinho, Laura Maria Souza de Linhares, Giovana Guzzo e Edílson dos Reis, as outras autoridades presentes à audiência foram: o vereador José Chadid, que secretariou a reunião; Carlos Afonso Marcondes Medeiros, coordenador e psicólogo do Ceapoc da Polícia Civil, que representou o delegado-geral Dr. Roberval Maurício Rodrigues; tenente do Exército e capelão Ivanildo Ferreira dos Santos, da 9º Região Militar do Exército; Veralice Carneiro Lima, presidente da diretoria administrativa do Grupo Amor Vida (GAV); Jocynéia Costa, assistente social e psicóloga do Fundo de Assistência Feminina da PM/MS; representando a presidente da entidade, Kelly Cristine Sandim; Coronel Isaías Bitencourt, coordenador estadual da Defesa Civil; o coordenador de divulgação do GAV, Roberto Sinai; Coronel Luiz Carlos Marchetti, assessor parlamentar do Comando Militar do Oeste (CMO); e a assistente social do setor psicossocial do servidor penitenciário, Maria Roseneuza dos Santos Oliveira, representando o diretor-presidente da Agência de Administração do Sistema Penitenciário, Ailton Garcia.
 
Assessoria de Imprensa do Vereador