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Vereadores fiscalizam situação de moradores removidos no Bom Retiro e constatam total abandono

11.05.2016 · 12:00 · Sessão Comunitária

Aproveitando as atividades da 7ª edição da Câmara Comunitária realizada na manhã desta quarta-feira (11) no bairro Vila Nasser, os vereadores foram conhecer ‘in loco’ as condições dos moradores do Loteamento Bom Retiro, que foram removidos da favela Cidade de Deus e colocados na região.

 

O local abriga mais de 100 famílias que estão vivendo sem as condições mínimas de moradia, em meio ao barro, sem iluminação pública, sem transporte coletivo, sem escola para as crianças e sem posto de saúde.

 

Diante da triste realidade encontrada, os parlamentares decidiram realizar uma audiência pública na Casa de Leis, ainda sem data definida, para debater junto com o Poder Executivo e as secretarias municipais competentes uma solução definitiva para essas famílias.

 

Segundo a moradora Inês Correa, de 48 anos que há 3 anos morava na Cidade Deus, “fomos jogados aqui. Estamos sofrendo com o abandono total aqui. Ninguém da Prefeitura vem aqui resolver nada. Estamos sem ônibus, sem escola para as crianças, sem trabalho. Sofremos muito preconceito. Tiraram a gente de uma favela e fizeram outra favela. Ontem alagou tudo aqui, entra água por cima, por baixo, tem gente dormindo no chão batido, porque o colchão molhou tudo. Precisamos que as luzes dos postes fiquem acesas durante a noite toda. Ficamos aqui na escuridão”, desabafou.

 

Indignado com a situação vivida nos últimos meses após a remoção, o morador Adroaldo Correa Amolinar fez um apelo: “queremos uma moradia digna. Tem criança desnutrida aqui passando fome. Ficamos dias comendo só arroz e ovo. Não queremos nada de graça, queremos uma casa e vamos pagar por ela, mas é preciso que resolvam esse problema. Porque não construíram as casas e depois trouxeram a gente pra cá? No Cidade de Deus tínhamos trabalho, estávamos bem localizados, aqui não, estamos largados aqui”, destacou.

 

Durante a visita dos vereadores Alex do PT, Chocolate e Prof. João Rocha, o diretor-presidente da EMHA (Agência Municipal de Habitação), Dirceu Peters apareceu no local e se comprometeu a discutir com os parlamentares uma solução para melhorar a condição de vida dessas famílias mal alojadas.

 

De acordo com o presidente da Casa de Leis, vereador Prof. João Rocha “o povo quer saber de resolver seus problemas. Aqui é pra ontem, precisa de urgência. Tem que parar de picuinha e se entender para resolver o problema. Este é um problema que tem que estar na vista de todos. Temos que achar uma solução para melhorar essa situação o mais rápido possível. A Câmara não pode executar nada, mas pode criar ferramentas e mecanismos para ajudar o Executivo”, disse.

 

O vereador Alex do PT afirmou que “é importante debater oficialmente com o Executivo, em uma Audiência Pública, reunindo os moradores para que eles possam passar para a Prefeitura as condições que eles estão vivendo. Vamos buscar a melhor solução, para que essas famílias tenham toda dignidade de moradia”, afirmou.

 

Já o vereador Chocolate lamentou que Campo Grande voltou a ter favelas. “Chegamos a ser uma cidade sem favelas e agora o próprio prefeito cria uma favela para transferir essas famílias. Tiraram de uma favela e criaram outra. Porque ele não construiu as casas primeiro e depois fez a remoção? Lá no Cidade de Deus os moradores já tinham sua vida, seu trabalho, as crianças tinham vaga na escola. Aqui eles não tem nada”, afirmou.

 

Paulline Carrilho

Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal