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Professores criticam atual diretoria e cobram transparência no Instituto Mirim

06.04.2015 · 12:00 · Audiência Pública

Professores e colaboradores do Instituto Mirim de Campo Grande criticaram a atual diretoria do órgão, durante audiência pública nesta segunda-feira (6), e cobraram mais transparência nas ações. Eles estiveram no Plenário Oliva Enciso, na Câmara Municipal, e apontaram supostas brigas políticas que estariam desgastando o Instituto, fundado há 32 anos e um dos mais tradicionais de Campo Grande.
 
“O Instituto está morrendo. Saio na rua e tenho vergonha quando ouço as pessoas falarem. O prefeito (Gilmar Olarte) não quer acabar, ele quer dar continuidade e voltar ao que era: um orgulho para a cidade”, desabafou Ivani de Oliveira Souza, uma das fundadoras do Instituto Mirim.
 
Os professores cobram, principalmente, as prestações de contas da atual diretoria. Denunciam também que os diretores do órgão seriam ligados ao ex-prefeito Alcides Bernal, cassado em março de 2013. Além disso, falam de perseguições dentro do Instituto, que teria instalado câmeras no prédio do órgão não para a segurança dos alunos, mas para vigiar os professores. 
 
“No ano passado, compramos uma mentira e abraçamos. Já tive minha fala gravada e deturpada por câmeras. Eles veem e falam: ‘esse professor não serve para atuar no Instituto Mirim’”, criticou o professor Gildo Ribeiro.
 
O debate foi convocado pela Comissão Permanente de Legislação, Justiça Redação Final da Casa de Leis, composta pelos vereadores Airton Saraiva (presidente), Paulo Pedra (vice), Otávio Trad, Alex do PT e Vanderlei Cabeludo, e será realizado no Plenário Oliva Encisco.
 
Segundo o vereador Paulo Pedra, “o Instituto não pode andar sem o prefeito, seja ele quem for”. “Estamos aqui vivendo uma queda de braço entre quem está no Instituto Mirim e a administração do prefeito Olarte, que pleiteia entrar no Instituto Mirim”, disse.
 
Para o vereador José Chadid, questões políticas não podem atrapalhar os trabalhos do Instituto. “A educação vem em primeiro lugar. Foi proposto até a criação de uma Fundação, quando falta dinheiro ao município. As crianças não podem ser prejudicadas por brigas políticas. O município de Campo Grande merece respeito. Nós, representantes do povo, devemos proteger o que é legal”, afirmou.
 
Irregularidades – A advogada Lucia Elizabete Devecchi acusou a atual diretora do órgão, Mozania Ferreira Campos, de assumir ilegalmente a direção. Segundo ela, uma ata de assembleia chegou a ser falsificada para que a posse ocorresse. Além disso, apontou suposto superfaturamento na reforma do prédio do Instituto Mirim, que teria custado R$ 900 mil. “Com esse valor, a gente constrói outro prédio. Foi feita pintura e algumas reformas. O banheiro segue vazando, a cozinha foi reprovada pelo Corpo de Bombeiros e aquilo vai ser interditado”, apontou.
 
Mozania, por sua vez, rebateu as acusações  e críticas, afirmando que os professores “estão sendo usados e manipulados pelos interesses da Prefeitura”. “Não devemos e não tememos nada. Tudo que fazemos está dentro da legalidade. A prefeitura não é dona do Instituto Mirim”, afirmou ela, cujo mandato termina no dia 15 deste mês. “Queremos entregar como não recebemos: contas em dia, projetos encaminhados, para que o jovem não fique na rua e possamos incluí-lo e não deixa-lo a mercê das drogas”, finalizou.
 
Jeozadaque Garcia
Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal