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Proposta de Lei quer reduzir números de violência obstétrica em Campo Grande

01.08.2017 · 12:00 · Vereador Odilon de Oliveira

Com o objetivo de diminuir os casos de violência obstétrica no município de Campo Grande, o vereador Odilon de Oliveira (PDT) lançou um projeto de lei que visa implantar medidas de informação e proteção à gestante e parturiente.

Por meio da Secretaria Municipal de Saúde Pública, serão distribuídas Cartilhas dos Direitos da Gestante e da Parturiente, proporcionando a todas as mulheres informações e esclarecimentos necessários para um atendimento digno e humanizado. 

A Cartilha, segundo Odilon, será de extrema importância para trazer conhecimento à mulher sobre a questão de violência obstétrica. “Existem muitas mulheres que sofrem esse tipo de hostilidade sem saber que isso de fato ocorreu, por isso é importante que as pessoas tenham acesso à informação e possam exigir um parto humanizado”, esclarece.

De acordo com uma pesquisa realizada em 2010 pela Fundação Perseu Abramo e SESC, uma em cada quatro mulheres sofre violência no parto que vão desde maus tratos e xingamentos, até agressões físicas e lesões corporais praticados pelos profissionais de saúde.

A psicóloga e fundadora da Papo de Gaia, Mariksa Ungerer, faz parte dessa triste estatística. Há cinco anos, ela relata que sofreu uma violência obstétrica quando não deram a opção de escolher entre parto normal ou cesárea. “Por parecer da minha obstetra eu passei por cesárea eletiva, e minha filha ao nascer foi afastada de mim, não houve contato pele a pele, ela não mamou e ficou afastada enquanto eu me recuperava”, conta.  Ainda relembra que sua vontade era só de chorar, “por mais ou menos 2h ou mais ficamos afastadas do meu marido. E enquanto eu me recuperava, fui ofendida várias vezes pela equipe de enfermeiras e até maqueiro”.

Para o marido, Roberto Ungerer, a sensação foi de descaso. “Eu não me senti especial, doeu, percebi os médicos conversando sobre viagens e assuntos aleatórios e me lembro também do brinco enorme que a médica usava”, se recorda. 

Roger ainda conta que não o deixaram ficar próximo da filha e nem da esposa. “Não me deram explicações, só pediram para eu sair e falaram que eu não podia ficar lá”.

As condutas violentas que merecem maior destaque, as quais contribuem diretamente para as causas de mortalidade materna, são: Episiotomia, Manobra de Kristeller, Cirurgia Cesariana Desnecessária e Falta de Atendimento no Abortamento.

Kiohara Schwaab 
Assessoria de Imprensa do Vereador