Eduardo Romero volta a cobrar alternativas para cemitérios da Capital

Parlamentar cogita audiência pública para discutir falta de manutenção, limite da capacidade dos cemitérios e poluição ambiental causada pelo necrochorume.

 

O vereador presidente da Comissão Permanente de Meio Ambiente da Câmara Municipal, Eduardo Romero (PTdoB), sugeriu a convocação de uma audiência pública para discutir a concessão e prestação de serviços funerários no município de Campo Grande. A proposição foi feita em aparte ao vereador Chiquinho Teles, durante a sessão ordinária desta terça-feira (1).

 

Para Romero, o tratamento oferecido nos três cemitérios públicos da Capital (Santo Amaro, Santo Antônio e São Sebastião – Cruzeiro ) está aquém das necessidades da população e são extremamente danosos ao meio ambiente. 

 

“Percebemos que existe uma vontade do empresariado do segmento em esticar o tempo da concessão do serviço e retirar a exigência da manta que contém o necrochorume produzido pela decomposição dos corpos. Estamos falando de uma questão de saúde pública, meio ambiente e de um grande impacto nas condições de vida da população. É hora de pensarmos em soluções mais inteligentes para estes problemas, que tragam contrapartidas sociais, como a verticalização e a cremação, já proposta por nós”, lembrou o vereador.

 

Eduardo Romero ainda revela que sepulturas estão sendo violadas e esqueletos e corpos estão expostos no cemitério Santo Amaro. O problema começou depois que empresa terceirizada deixou de prestar serviço para a prefeitura e o município não tem mantido pessoas qualificadas cuidando do local. O parlamentar cobra do executivo uma solução para o problema. ‘Isto é um desrespeito e questão de saúde pública, diz.

 

Em junho do ano passado o parlamentar propôs projeto de lei para instalação de um crematório municipal, como alternativa à superlotação e más condições dos cemitérios da cidade.

 

Segundo a proposição do vereador Eduardo Romero, além da questão da capacidade quase zero dos cemitérios existentes, questões de saúde pública e meio ambiente também precisam ser ponderadas, já que com o sepultamento em covas o solo é contaminado com o necrochorume (líquido produzido pela decomposição dos cadáveres nos cemitérios), que posteriormente pode trazer problemas para a saúde humana como contaminação dos lençóis freáticos, por exemplo.

 

O projeto de lei foi sancionado em novembro do ano passado. Em fevereiro deste ano, foi publicada em Diário Oficial a concessão do serviço pelo período de 12 meses, a encargo da empresa Crematório Campo Grande LTDA.A publicação esclareceu que a instalação recebeu licença ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur) para funcionar na Avenida Tamandaré, no loteamento Monte Alto.

 

Desde o ano passado o vereador Eduardo Romero destacou a necessidade de se pensar a modernização dos cemitérios, diante dos transtornos com espaço físico, saúde pública e a redução dos danos ambientais. A Câmara Municipal aprovou projeto para um crematório municipal, mas por enquanto ele ainda não saiu do papel e o Executivo autorizou a instalação de um particular.

 

O vereador ressaltou também o fato de um crematório privado já estar autorizado gera expectativa em quem espera pelo serviço sendo ofertado pelo município.

 

Lucas Junot e Elânio Rodrigues

Assessoria de Imprensa do Vereador