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Médico defende combate ao estigma da saúde mental: ‘dificulta a busca por ajuda’

08.09.2022 · 12:00 · Palavra Livre

No contexto do Setembro Amarelo, campanha nacional de prevenção e combate ao suicídio, o médico psiquiatra Eduardo Gomes de Araújo utilizou a Tribuna, na sessão desta quinta-feira (08), e defendeu o combate ao estigma do doente mental. O convite foi feito pelo vereador Otávio Trad.

“Quando estamos em um mês tão importante, e falamos sobre suicídio, é importante que a gente entenda que esse tema, com muito estigma, dificulta tratamento dos pacientes e a ação dos profissionais. Devido ao estigma, a marca que você coloca em alguém, as pessoas tendem a criar uma certa barreira”, alertou.

O Setembro Amarelo foi criado em 2014 pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) e pelo CFM (Conselho Federal de Medicina). O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a iniciativa acontece durante todo o ano. Em 2022, o lema é “A vida é a melhor escolha!” e diversas ações já estão sendo desenvolvidas em todo o Brasil.

“O estigma é algo que devemos evitar e combater. Devemos deixar de estigmatizar e entender que o que acontece na vida do meu amigo, ou do meu irmão, é algo que pode acontecer na minha casa. Ninguém é blindado emocionalmente. Se vocês sofrem, busquem ajuda. Prefiro ter meu amigo chorando no meu ombro, do que ir no seu enterro amanhã. Se você puder ouvir alguém, você pode impactar uma vida”, continuou.

Segundo o especialista, o estigma ocorre, principalmente, por conta do desconhecimento das doenças mentais. “O desconhecimento abre espaço ao preconceito e conclusões erradas sobre a saúde mental humana. Estigmatizamos porque não queremos ajudar, não queremos ser empáticos, querem sempre transferir a responsabilidade para o outro. É mais fácil dizer que ele é um fraco”, completou.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), as taxas de suicídio variam entre países, regiões e entre homens e mulheres. No Brasil, 12,6% por cada 100 mil homens em comparação com 5,4% por cada 100 mil mulheres, morrem devido ao suicídio. 

As taxas entre os homens são geralmente mais altas em países de alta renda (16,6% por 100 mil). Para as mulheres, as taxas de suicídio mais altas são encontradas em países de baixa-média renda (7,1% por 100 mil).

Jeozadaque Garcia
Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal