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Fraternidade sem Fronteiras acolhe 15 mil pessoas no mundo e conta com apoio de voluntários

01.10.2019 · 12:00 · Palavra Livre

A Fraternidade sem Fronteiras, organização que acolhe 15 mil pessoas, principalmente crianças, em seis países, surgiu a partir de movimentos voluntários iniciados em Campo Grande e expandiu sua atuação, amparada na vontade de ir além e atuar sem fronteiras religiosas ou políticas. O trabalho desenvolvido há dez anos, que depende da ajuda de padrinhos e voluntários, foi apresentado na Câmara Municipal de Campo Grande, na sessão ordinária desta terça-feira (1), pelo fundador e presidente da organização humanitária, Wagner Moura, que falou na Tribuna a convite do vereador Prof. João Rocha, presidente da Casa de Leis. 

“Temos como religião o amor e a fraternidade. Trabalhamos no exercício de uma grande família universal”, afirmou Moura. São mais de 20 mil apoiadores pelo mundo. A sede é em Campo Grande e o movimento conta com mais de 1,5 mil apoiadores na cidade. “Começamos em Moçambique, onde muitas crianças são órfãos, pais tinham HIV, muitos faleceram. É uma criação de mentalidade de visão sem fronteiras. A gente questionava muito. Por que criamos tantos muros, tantas fronteiras e barreiras? Hoje a gente faz eventos pelo Brasil e pelo mundo unindo várias crenças e religiões para fortalecer o movimento”, afirmou.  

Na África são vários centros de acolhimento, oferecendo alimentos, cuidados com higiene, atividades pedagógicas, culturais e formação profissionalizante. Estão ainda perfurando poços artesianos nas aldeias urbanas e, com a chegada da água, iniciando o cultivo sustentável de alimentos. “Existem regiões em que as pessoas não tomam banho e morrem de fome. Esse é um grande desafio. O Sul da Ilha de Madagascar nos deixou estarrecido. As crianças não tomam banho porque quando as famílias conseguem comprar 20 litros de água é para beber ou cozinhar”, afirmou. 

Em Campo Grande, a organização apoia o projeto Orquestra Filarmônica Jovem Emmanuel, para ensino de música a jovens da periferia, e a Clínica da Alma, dedicada ao tratamento de dependentes químicos. Ainda, na Paraíba, a entidade apoia o tratamento de crianças com microcefalia. Em Roraima, há o acolhimento a famílias refugiadas da Venezuela.

Durante a sessão desta terça-feira, foi exibido um vídeo mostrando o trabalho desenvolvido pela Organização Fraternidade sem Fronteiras. Na África, por exemplo, há um setor somente para tirar bicho-de-pé das crianças. É feito um processo humanitário, com tratamento contra desnutrição. A entidade garante um espaço para as crianças comerem, tomarem banho ou lavar roupa. 

Voluntários 

“O coração do projeto é o apadrinhamento”, ressaltou Moura. Cada padrinho que doa R$ 50 representa uma criança a mais que pode ser atendida no projeto, seja para garantir essa assistência básica ou assegurar que ela continue estudando. É feito o acompanhamento até que ela chegue à universidade. Para auxiliar no projeto, ainda seguem caravanas para a África com vários profissionais de diferentes áreas. 

Moura relembrou que o movimento tem dez anos, alcançou muitos apoiadores, mas ressaltou a imensa necessidade que ainda existe para engajar mais voluntários e padrinhos. “Quando estamos ajudando cerca de 3,5 mil crianças nestas condições difíceis vemos que precisamos multiplicar nosso trabalho. Nosso papel é incentivar a prática. É a missão de viver a fraternidade. Quando a gente enxergar o outro como irmão de verdade, não vamos só dar a roupa velha que temos, o que já é bom, mas vamos dar de nós mesmos. Aí vou dar de mim, o que posso fazer para essa mudança real”, ressaltou. 

Os vereadores enfatizaram, durante o aparte, o apoio ao projeto e a importância de incentivar o voluntariado pelo exemplo e inspiração apresentados nesta terça-feira do projeto que nasceu em Campo Grande e expandiu-se pelo mundo. 

O vereador Prof. João Rocha, presidente da Casa de Leis, autor do convite para Wagner Moura falar na Tribuna, ressaltou a importância de ter atitude com gestos efetivos para ajudar ao próximo. Relatou um caso de miséria extrema que presenciou durante visita a um bairro de Campo Grande, onde uma senhora, sozinha em um barraco, estava praticamente definhando porque não tinha sequer o recurso para deslocar-se e fazer o tratamento de câncer.

“Reflito sobre o que se tem de atitude, pois o depoimento sobre a Fraternidade sem Fronteiras nesta Casa transcende o falar, mostra a importância de se dar um passo, fazer um gesto efetivo. Começar pelo quintal da casa da gente.  Temos a oportunidade de, por meio de atitudes e gestos, valorizar a vida. Não somos donos do tempo da vida. Enquanto estiver aqui, enquanto seres humanos, temos que tomar atitude humana, fazer gesto humanitário. Precisamos estimular as pessoas a darem esse primeiro passo para se engajarem pelo próximo”, ressaltou. 

Serviço – Quem quiser conhecer mais sobre o trabalho da Organização Fraternidade sem Fronteiras, conhecer as formas de ajudar e colaborar com as pessoas atendidas pelos projetos pode saber mais acessando o site https://www.fraternidadesemfronteiras.org.br/ 

Milena Crestani 

Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal