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Vereadores criticam decisão para fechamento de escolas estaduais em Campo Grande

21.11.2019 · 12:00 · Palavra Livre

Vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande criticaram, durante sessão ordinária desta quinta-feira (21), a decisão do Governo do Estado para fechamento de escolas estaduais na Capital no próximo ano. Alunos e pais da Escola Estadual Professor Carlos Henrique Schrader, no Jardim Flamboyant, estiveram na Casa de Leis e receberam apoio dos vereadores na luta para que o colégio continue funcionando. Também houve anúncio para fechamento da Escola Estadual Advogado Demosthenes Martins, no Residencial Octavio Pécora.  

O vereador Valdir Gomes, presidente da Comissão Permanente de Educação da Câmara, criticou a medida que classificou como desrespeito à educação. Ele cobrou que a secretária estadual de Educação, Maria Cecília Amêndola da Mota, compareça à Casa de Leis para responder aos questionamentos e esclarecer a decisão de fechamento das escolas. Na Tribuna, falou que aguarda resposta até terça-feira. 

“Temos escola premiada naquilo que faz, que está para ser fechada. Esta Casa não pode aceitar. Vamos chamar a secretária. Os deputados são responsáveis também, mas estamos falando de Campo Grande. Não vou me calar diante dessas maldades que estão fazendo na educação. Como ficam as famílias que moram ali?”, afirmou o vereador Valdir Gomes, reclamando que o prédio está praticamente abandonado.  

No começo deste ano, os vereadores se mobilizaram com a comunidade, estudantes, pais e professores contra o fechamento de escolas estaduais em Campo Grande, dentre elas a Escola Riachuelo, no Bairro Cabreúva, além do estudo noturno na Consuelo Muller, na Vila Jacy. Por meio da Defensoria Pública, a Justiça foi acionada, liminares chegaram a ser concedidas, mas foram derrubadas. 

No aparte, o vereador Betinho afirmou que é “lamentável o fechamento da escola (Flamboyant), onde cerca de 30% dos alunos são indígenas da Aldeia Marçal de Souza. “Vamos avaliar essa decisão porque fechar escolas é um crime. Não levam em consideração a importância da escola. Fica nosso protesto”, afirmou. 

O vereador Otávio Trad também manifestou a relevância dessa discussão, que engloba a rede estadual, mas refere-se a Campo Grande. “É uma perda grande não apenas para a educação, mas também do ponto de vista cultural. A escola está ali instalada há muito tempo, tem carinho e respeito dos alunos. Tenho acompanhado que teremos mais escolas fechadas até o fim do ano, o que é absurdo”.

A vereadora Dharleng Campos apontou o contrassenso da decisão, pois “a cidade cresce e tinha que estar abrindo escolas, mas o Governo decide fechar. Não se fecha escola em qualquer cidade em desenvolvimento. Aqui virou uma febre. Temos que lutar pelo não fechamento. Os alunos são o futuro dessa cidade, novos médicos, administradores, vereadores, governadores. Quero conclamar deputados que se unam a essa causa, como fizeram com a questão da Energisa”. 

Para o vereador Dr. Loester é papel de todos defender a educação e o Governo está na contramão da história. “Tirar a escola é aumentar a população presidiária, pois vai levar jovens que podiam estar na escola para a rua”. O vereador Dr Livio destacou a importância de defender a educação e outros temas, como saúde e segurança. Ponderou que, apesar da proposta de transferir algumas escolas para o Município, não se poderia contemplar as séries do Ensino Médio, conforme estabelece a legislação.   

O vereador Ayrton Araújo do PT concorda sobre a necessidade de a secretária comparecer a Câmara para explicar essa decisão e também a decisão de instalar videomonitoramento e retirar os agentes de segurança estaduais, que cuidam do patrimônio. “O Governo está lavando as mãos para a educação”, disse. Para o vereador William Maksoud o momento é de perplexidade. “Precisamos dessa resposta, pensando nas próximas gerações. Nossa educação é a base de tudo”. 

O vereador Papy recebeu várias ligações e mensagens no whatsapp pedindo apoio contra o fechamento da escola no Flamboyant. “Houve manifestação popular de pais, alunos, ex-alunos que me procuraram por conta da escola, que atende também a comunidade indígena. Falei com secretário adjunto que disse que já era decisão tomada e não seria revertida. Conclamo o Governo a repensar essa decisão porque a escola é importante para a comunidade”.  O vereador Veterinário Francisco destacou a importância de não ficar calado diante dessas medidas e lutar juntos. 

O vereador Carlão sugeriu a formação de Comissão para procurar a secretária Maria Cecília e, pessoalmente, saber o motivo para a decisão de fechamento das escolas. 

Milena Crestani 

Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal