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Enfermeiros da Santa Casa pedem intermediação de vereadores e só voltam a trabalhar após pagamento de salários [ASSISTA AO VÍDEO]

10.08.2017 · 12:00 · Palavra Livre

Os profissionais de Enfermagem da Santa Casa de Campo Grande, em greve há três dias, estiveram presentes na sessão ordinária desta quinta-feira (10), para pedir a intermediação e intervenção dos vereadores para solucionar o impasse. Com objetivo de ouvir a categoria, os parlamentares abriram a Tribuna Participativa para que o presidente do SIEMS (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem), Lázaro Antonio Santana expusesse a situação enfrentada pelos enfermeiros que cobram o pagamento em dia dos salários e reajuste salarial da categoria.

De acordo com Lázaro Santana, se o repasse da Prefeitura para a Santa Casa for confirmado, a categoria já fez uma assembleia geral na manhã desta quinta-feira e decidiu retornar ao trabalho somente quando os salários forem depositados. “Fizemos assembleia e decidimos que só vamos voltar quando o dinheiro estiver na conta. Na conta da Santa Casa não significa dinheiro no bolso do trabalhador. Vamos aguardar cair na conta do trabalhador para voltar as nossas atividades. Nosso salário se paga no quinto dia útil e os valores estão sendo repassados para a Santa Casa até dia 10. Essa questão do contrato vem se arrastando há muito tempo”, disse.

Em aparte, o vereador Chiquinho Telles, líder do prefeito na Casa de Leis, detalhou os valores depositados ontem pela Prefeitura. “Foram depositados R$ 2,5 milhões em junho pelo Governo do Estado. Mais R$ 2,1 milhões em julho também pelo Governo do Estado. Outros R$ 2,2 milhões da fonte 1 da Prefeitura, mais R$ 6,9 milhões da fonte 10 do município e mais R$ 2,2 milhões também da fonte 10 da Prefeitura. Ontem a Prefeitura depositou mais R$ 11,4 milhões e mais R$ 4,9 milhões do Governo, totalizando R$ 16,5 milhões na conta da Santa Casa, aí é questão de gestão da Santa Casa agora”, salientou.

O vereador Otávio Trad, presidente da Comissão Permanente de Legislação, Justiça e Redação Final, sugeriu a criação de uma Comissão temporária para acompanhar a questão, composta também por  um membro da Comissão de Justiça. “Pelas informações que chegaram a mim, a Prefeitura não poderia antecipar o pagamento, porque estão cumprindo o que está no termo aditivo, o qual é renovado vez a vez. Isso não é o correto. O ideal é ser firmado um contrato com prazo determinado, não sei porque não foi feito. Mas ao renovar o termo aditivo, consta o pagamento até dia 10, então estão cumprindo o que está lá. Para pagar antes desse dia 10 que está no termo, porque não faz um novo contrato? É preciso conversar com a administração da Santa Casa. Mediante toda essa situação, a saída é dialogar. Coloco a Comissão de Justiça à disposição. Peço àqueles que estão representando a administração da Santa Casa, que nos envie informações para ver qual a divergência nessa questão”, solicitou o parlamentar.

Na Tribuna, o presidente do Sindicato pediu ajuda dos vereadores para intermediar a negociação com a Prefeitura. “A gente continua no meio dessa discussão política entre prefeito e o presidente da Santa Casa. Os vereadores tem que dar atenção especial, se coloquem no lugar do trabalhador, do jeito que está não dá. Estamos com movimento na frente da Santa Casa, fizemos essa mobilização por necessidade, porque eles não têm tratado os trabalhadores com o devido respeito. Não vamos permitir que as coisas fiquem do jeito que está”, exclamou.

Lázaro destacou ainda que “precisamos de sossego. A cabeça tem que estar muito bem para atender os pacientes e prestar uma assistência de qualidade. Precisamos de paz de espírito, mas nossos governantes não estão permitindo. Vamos protocolar oficialmente um pedido de intervenção dos vereadores, para intervirem junto à Prefeitura e ao contrato. Só queremos o que é nosso. Que se resolva a discussão política resolvam. Vamos ser pessoas responsáveis e resolver isso. Não podemos viver assim, queremos empenho para revolver essa questão do contrato de uma vez por todas”, disse.

Segundo Lázaro, a Santa Casa vive tempos difíceis há vários anos. “A Prefeitura e o Governo já estiveram na condição de gestores de 2005 a 2013 e posso assegurar que foi a pior administração que já tivemos na Capital. As pessoas falam de recursos, que a Santa Casa precisa de investimento, mas a Prefeitura e o Governo já estiveram na condição de gestores para administrar e foi  pior. Não tivemos incentivo financeiro, vivíamos na ruas cobrando salário, cobrando melhoria salarial. Saiu a gestão municipal e continuaram as dificuldades. Em janeiro quando o prefeito assumiu ele já foi recebido com protesto porque não recebemos nosso salário de janeiro. Nos reunimos no dia 6 de janeiro, ele disse que ia resolver, deu a palavra dele que ia fazer a contratualização da Santa Casa e a queda de braço continua”, desabafou o técnico em Enfermagem. 

Paulline Carrilho
Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal