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CPI ouve superintendente da Caixa; Homex falta e não justifica ausência

06.02.2014 · 12:00 · CPI

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) instaurada na Câmara Municipal para apurar irregularidades nos empreendimentos da Homex em Campo Grande ouviu, nesta quinta-feira (6), o superintendente da Caixa Econômica Federal em Mato Grosso do Sul, Paulo Antunes de Siqueira. Também convocados, Raquel Adriana Malheiros, advogada da construtora, e Rosimário Cavalcante Pimentel, representante da empresa, não compareceram.
 
A primeira justificou sua ausência sob argumento de que não possuía “conhecimento técnico” do assunto. Já Pimentel não deu satisfações a CPI. “Vamos estudar mecanismos jurídicos para ele falar até o fim dos trabalhos”, afirmou o vereador Otávio Trad, que compõe a Comissão. “Tem que vir aqui um representante dessa empresa para que possamos dar uma resposta a população”, continuou Carlão, relator da CPI.
 
Antunes foi sabatinado pelos vereadores por mais de duas horas – mais de 60 questionamentos foram levantados pelos parlamentares. Segundo ele, a Homex, desde o início do contrato, concluiu seis empreendimentos habitacionais em Campo Grande. Outros quatro ainda não foram entregues e, com isso, uma nova empresa foi contratada para terminar o serviço. “Cada um tem um percentual de obra para ser concluído fisicamente. Hoje, esses quatro estão sendo concluídos com outra construtora, que iniciou a obra em janeiro”, lembrou.
 
Desde o início dos trabalhos, a CPI, que é composta pelos vereadores Alceu Bueno (presidente), Carlão (relator), Otávio Trad, Ayrton de Araújo e Vanderlei Cabeludo, já ouviu empresários e mutuários que tiveram prejuízos. Moradores ouvidos pela CPI em oitivas anteriores não pouparam críticas às residências entregues. Em regra, grande parte das unidades apresenta infiltrações, rachaduras e desníveis no piso. Em alguns casos, até mesmo banheiros entupidos foram entregues, ainda que fora do prazo.
 
“Não tinha como a Caixa avisar (os mutuários) para não comprar, que a empresa ia dar problemas”, alegou Paulo Antunes. Segundo ele, o contrato com a construtora mexicana foi aprovado porque ela conseguiu todas as licenças necessárias dos demais órgãos competentes. “Assim, a Homex estava apta a comercializar com financiamentos”, disse. Antunes ainda negou que a Caixa adiantou repasses para a empresa. “Anda obra, eu libero o dinheiro. Só libera com o serviço executado”.
 
Com contrato de aproximadamente R$ 3,8 milhões, a VBC Engenharia foi contratada para concluir os empreendimentos Bem-Te-Vi, Cuiabá, Amoreiras e Das Águas. Ao todo, são 272 apartamentos. Na última semana, o presidente da empresa, Orestes Jorge Corrêa, participou de oitiva da CPI e elencou uma série de problemas encontrados nas construções inacabadas.
 
Jeozadaque Garcia
Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal