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Promotores e praticantes defendem espaço próprio para eventos de som e encontros de motos

11.09.2023 · 4:08 · Audiência Pública

Promotores de eventos e praticantes dos esportes sobre rodas defenderam, durante audiência pública nesta segunda-feira (11), a criação de um local próprio para eventos de som e encontros de motos e carros. A audiência foi convocada pela Comissão Permanente de Cultura, composta pelos vereadores Ronilço Guerreiro (presidente), Júnior Coringa (vice), Beto Avelar, Professor Juari e Gilmar da Cruz.

“É um assunto muito importante. Campo Grande tem o autódromo, mas ele é particular. Para se ocupar, você tem que pagar cerca de 7 mil reais por dia. Nossa proposta é a criação de um espaço próprio para Campo Grande para que nossa juventude não precise mais ir para os altos da Afonso Pena fazer manobras de moto. Lá vai ter segurança e estrutura para atender esse público que é apaixonado. Muitas pessoas não entendem. Som automotivo e manobras de moto não são crimes, desde que praticados em local adequado e com infraestrutura”, disse o vereador Júnior Coringa, proponente do debate.

O promotor de eventos Alessandro Gargamel, da MotorShow67, lembrou que um espaço destinado exclusivamente para o som automotivo e para as manobras tira os jovens das ruas. “Um espaço desse tira o pessoal da rua, as manobras de carros e motos. Fizemos quatro eventos testes no Terminal Intermodal de Cargas de Campo Grande, o famoso Porto Seco. As autoridades agradeceram, pois o pessoal não estava fazendo manobras nas ruas. A Afonso Pena é um local familiar. Se tiver um espaço, o pessoal sai das ruas”, afirmou.

Também presente na audiência, o vereador Rogério Rohr, de São Gabriel do Oeste, falou sobre a experiência da cidade, que, recentemente, ganhou um espaço destinado exclusivamente para a prática do som automotivo e das manobras de carros e motos.

“As pessoas que ficam na Afonso Pena, todos têm família. Trabalham a semana toda e querem se divertir aos finais de semana. Ninguém quer estar na Afonso Pena empinando no meio das pessoas. Campo Grande precisa de um espaço desse para tirar as pessoas da rua”, defendeu.

Tramita na Câmara de Vereadores o projeto de lei 11.024/23, do vereador Júnior Coringa, que autoriza o Poder Executivo a construir o espaço. Na justificativa, o autor do projeto lembra: são recorrentes as queixas da população quando estas modalidades são praticadas em local inadequado. “Insta alertar também sobre os riscos que a falta de um espaço próprio significa aos praticantes e demais pessoas envolvidas”, diz trecho da proposta.

O diretor-presidente da Funesp (Fundação Municipal de Esportes), Odair Serrano, declarou apoio à proposta. “O esporte é isso. Essa luta tem que ser firme. Precisamos proporcionar para a população um espaço que se possa realizar esses eventos. Como poder público, apoiamos sim. Temos que levantar essa bandeira e tudo que for para o esporte, estaremos juntos. Vamos proporcionar à várias famílias a possibilidade de gerar seu sustento”, garantiu.

A auditora fiscal do Meio Ambiente, Gisseli Giraldelli, frisou que a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) também apoia o projeto. “Tem que ter local adequado, sim. Não é crime ter som automotivo ou o carro rebaixado. Crime não é só roubar e matar. Crime também é ferir o direito de descanso do outro. É importante ter um local adequado, com sistema de controle ambiental adequado”, disse.

O diretor-executivo do Autódromo Internacional de Campo Grande, Leandro Moura, mostrou preocupação justamente com as questões ambientais e econômicas. “É um assunto muito complexo para ser decidido de uma forma rápida. O que me preocupa é a lei, pois existe uma cobrança. Todos aqui têm um desejo de ter esse espaço. Mas, como vamos manter esse espaço? Se for fazer, que esclareça à população quem vai pagar essa conta”, pediu.

Já o superintendente de Turismo de Cultura de Campo Grande, Wantuir Tartari, lembrou da força que as modalidades têm em todo o Brasil. “O turismo de eventos é a vocação de Campo Grande. Entendo que, realmente, esse evento mexe muito com a economia da cidade. São mais de 50 atividades econômicas que um evento atinge quando acontece toda essa logística. Essa regulamentação é muito importante para Campo Grande”, defendeu.

No final da audiência, foi criada uma comissão com um representante de cada segmento para discutir a criação do espaço na Capital.

Jeozadaque Garcia
Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal