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Autoridades apoiam projeto que libera animais de estimação em hospitais públicos

25.06.2019 · 12:00 · Audiência Pública

Autoridades de saúde e representantes da sociedade civil organizada discutiram, nesta terça-feira (25), a liberação da entrada de animais de estimação em hospitais públicos para visitas a pacientes internados na Capital. O assunto é foco do Projeto de Lei nº 9.326/19, de autoria do vereador Dr. Cury, que está em tramitação na Casa de Leis.

“É estudada e comprovada a influência positiva que os animais têm na saúde humana. Além de serem excelentes companhias, os animais fazem bem à saúde e são verdadeiros protetores e cuidadores. Essa proposta já é realidade em alguns hospitais do Brasil, como o Albert Einstein, em São Paulo, e, recentemente, foi aprovada pela Assembleia Legislativa do nosso Estado. Acredito que a possibilidade do animal de estimação visitar seu dono no momento de uma enfermidade poderá sim, ajudar na recuperação”, afirmou Cury, que propôs a audiência.

O debate foi convocado pela Comissão Permanente de Defesa, Bem-Estar e Direito dos Animais, composta pelos vereadores Veterinário Francisco (presidente), Dr. Cury (vice-presidente), Ayrton Araújo do PT, Fritz e Eduardo Romero. 

O Projeto de Lei visa autorizar o Poder Executivo a permitir a entrada de animais de estimação em hospitais públicos para visitas a pacientes internados. O animal deverá estar com a vacinação em dia e higienizado, devendo o responsável comprovar, por meio de laudo veterinário, a boa condição de saúde do animal. 

Segundo o capitão Fábio Pereira de Lima, coordenador do projeto “Cão Herói, Cão Amigo”, do Corpo de Bombeiros, os animais são selecionados para atuar nas unidades de saúde junto aos pacientes. “É uma terapia auxiliar e não substitui a terapia tradicional, então ela vem a complementar o desenvolvimento de cada paciente. O projeto está firme e forte em Campo Grande e Coxim. Os animais devem ser vacinados, vermifugados e receber cuidados de rotina em terapias comuns. O animal traz aquele alivio para o paciente”, observou.

A entrada dos animais, conforme o projeto, dependerá de autorização da comissão de infectologia do hospital e de solicitação e autorização do médico responsável pelo paciente. As unidades serão responsáveis por criarem normas e procedimentos próprios para organizar o tempo e o local de permanência dos animais para visitação.

“Não devemos esquecer de uma coisa: remédio é tudo aquilo que faz bem, não apenas pílula e injeção. Nessas circunstâncias, os animais preparados e com critérios podem ser um importante remédio para uma grande quantidade de pessoas. Quando a pessoa fica alegre e satisfeita, se deprime menos, aumenta sua resistência e fica mais fácil a utilização da terapêutica tecnológica”, defendeu o psiquiatra e professor universitário Juberty Antônio de Souza.

Pela proposta, não será permitida a entrada nos setores de isolamento, de quimioterapia, de transplante, de assistência a pacientes vítimas de queimaduras, central de material e esterilização, de unidade de tratamento intensivo – UTI, áreas de preparo de medicamentos, farmácia hospitalar e áreas de manipulação, processamento, preparação e armazenamento de alimentos. 

Segundo o deputado estadual Lídio Lopes, autor de projeto similar na Assembleia Legislativa, algumas pessoas banalizaram a proposta. “O projeto passou pela primeira discussão e estamos prontos para discutir o mérito, em segunda. Nós, legisladores, legislamos para as pessoas. Se o animal traz carinho e auxilia na recuperação, qual a preocupação? Não legislamos para camadas sociais. Legislamos para o cidadão. Muitas pessoas não têm concepção e falam palavras jogadas ao vento. Só é contrário aquele que tem animal, mas não é de estimação. Quem tem vínculo com o animal é convicto em defender o projeto, pois o resultado é fantástico na recuperação”, defendeu.

“Em outras capitais, cães e gatos já estão fazendo parte da terapia nos hospitais. Fazemos isso no dia a dia em nossa clínica. Hoje, o cão é um dos melhores amigos que temos, é a melhor terapia, não menosprezando outros profissionais. Mas, no meu dia a dia, é o que eu vejo”, disse o vereador Veterinário Francisco.

Jeozadaque Garcia
Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal