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“Estamos na beira do precipício”, diz secretário de Finanças em Audiência de prestação de contas

22.02.2017 · 12:00 · Audiência Pública

Em Audiência Pública realizada na manhã desta quarta-feira (22), na Câmara Municipal de Campo Grande, para prestação de contas referente ao 3º quadrimestre de 2016, o secretário Municipal de Finanças e Planejamento, Pedro Pedrossian Neto destacou que “se a Prefeitura fosse uma empresa, a empresa já estaria quebrada, por isso estamos nessa situação. Estamos acima do limite prudencial para gastos com pessoal e um pouco abaixo do teto máximo de 54%. Estamos na beira do precipício”, destacou.

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De acordo com o secretário, “a Câmara Municipal aprovou um orçamento estimado de R$ 1 bilhão e 581 milhões, mas tiramos R$ 215 milhões de contingenciamento próprio, como uma auto regulação. Houve um descontrole absurdo com gasto com pessoal, que sufocou as receitas. No dia 2 de janeiro tínhamos R$ 37 milhões da fonte 1, as outras fontes eram carimbadas e no dia 5 a Prefeitura tinha que pagar R$ 111 milhões, sendo que o IPTU arrecadou R$ 35 milhões”, afirmou.

Segundo dados apresentados pelo secretário de Finanças, o contingenciamento total será de R$ 215.077.900,00, sendo R$ 47.460.000,00 de redução em gasto com pessoal, R$ 47.124.154,00 de diminuição do custeio e outros R$ 120.493.746,00 a menos em investimento.

Ainda conforme explanação de Pedrossian Neto, “estamos pedindo a compreensão dos professores, mas hoje, imediatamente, é impossível conceder reajuste de 31%, mesmo sendo uma determinação do piso nacional. O desejo da administração é conceder, mas temos 52,83% de comprometimento com pessoal, precisamos ter cautela, precisamos cortar os comissionados, ver a questão dos plantões na saúde e fazer uma série de ajustes na folha de pagamento. Tínhamos médicos que faziam até 25 plantões e ele dorme quando, isso não pode. Estamos fazendo um pente fino nisso. Cortamos o plano de trabalho, pois não havia legalidade no pró-funcionário, não havia previsão legal e diante desse quadro cortamos, dói na carne cortar R$ 350,00 de um trabalhador que ganha R$ 1.500,00 criando um furo orçamentário de difícil equacionamento”, revelou.

Na Audiência, os vereadores cobraram do secretário um relatório mais detalhado dos gastos com pessoal, contendo o valor gasto com concursados, terceirizados e comissionados, para que possam analisar qual setor está “estrangulando” a folha de pagamento dos servidores. Durante a reunião, o secretário revelou ainda que “a Prefeitura conta com 22 mil servidores ativos e 4.700 inativos, sendo que os comissionados representam 3,5% do total de servidores”, disse.

Durante a reunião, o presidente do Sisem (Sindicato dos Servidores Municipais de Campo Grande), Marcos Tabosa enfatizou que o reajuste e recomposição salarial é um direito do servidor e cobrou providências para que os servidores da Prefeitura não fiquem sem o reajuste salarial.

A prestação de contas foi acompanhada pelo prefeito Marquinhos Trad, que marcou presença na Audiência. Segundo o Prefeito, o relatório detalhado do demonstrativo de metas fiscais foi publicado no Diogrande no último dia 30 de janeiro. CLIQUE AQUI para visualizar o relatório completo

 

A reunião foi convocada pela Comissão Permanente de Finanças e Orçamento, composta pelos vereadores Eduardo Romero (presidente), João César Mattogrosso (vice), Junior Longo, Betinho e Dharleng Campos.

 

Paulline Carrilho

Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal