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“Eles estão mandando os alunos para casa”, afirma Papy sobre falta de APIs

31.08.2022 · 12:00 · Vereador Papy

O vereador de Campo Grande, Papy (SOLIDARIEDADE), cobrou mais uma vez da Secretaria Municipal de Educação (Semed) o retorno dos APEs (Apoio Pedagógico Especializado) para acompanhar os alunos com Transtorno Espectro Autista (TEA). A exigência de Papy foi um debate gerado pelo vereador Betinho (Republicanos) durante a comunicação dos líderes na sessão de terça-feira (30). 

“Eles estão mandando os alunos para casa. Então, não tem a inclusão na escola, não tem profissional habilitado. Há uma turma regular com alunos típicos e, pela lei da inclusão, inseridos alunos atípicos que têm por obrigação da lei seus professores especializados juntos com esses alunos. Esses professores não estão lá, estão faltando”, afirmou Papy. 

Betinho disse que tem recebido inúmeras reclamações de mães de alunos especiais sobre a falta de profissionais para fazerem o acompanhamento dos filhos durante a aula, que hoje é feito por AEIs (Assistente Educacional Inclusivo). 

“Nós estamos vendo que dentro da Educação essas crianças estão sem os profissionais especializados que tinham no ano de 2019. Isso já vem se arrastando há algum tempo, foi retirado na gestão anterior. Esses profissionais faziam um atendimento que os pais se sentiam atendidos, mas não é mais essa realidade atualmente”, reclamou o vereador do Republicanos. 

Segundo Betinho, mães de alunos autistas se reuniram nesta quarta-feira (31), na frente do Paço Municipal, para cobrar da prefeita Adriane Lopes (Patriota) e da secretária Alelis Izabel de Oliveira Gomes providências sobre a falta desses profissionais em sala de aula. 

“Está ferindo a lei 12.764, que institui a política nacional de proteção da pessoa com transtorno espectro autista, que determina que as pessoas com TEA serão incluídas no ensino regular e terão direito a acompanhante especializado”, finalizou Betinho. 

Outro vereador que participou do debate foi o Professor Juari (PSDB), integrante da Comissão de Educação da Câmara Municipal de Campo Grande. “Chamei uma audiência pública para discutir a educação inclusiva e não compareceram nem a secretária, nem o secretário adjunto e muito menos a coordenadora da educação especial. Reclamações eu tenho todos os dias. É óbvio que eles não vão conseguir atrair os profissionais AEIs com salário miserável de R$ 2.135”, defendeu. 

Papy afirmou que o problema está diretamente relacionado à questão salarial. Segundo o vereador do Solidariedade, o emprego de AEIs no lugar de APEs, quando não estão em falta, prejudica o desenvolvimento do aluno por falta de especialização do profissional. 

“As escolas estão chamando os pais e dizendo que os filhos vão ter aulas à distância. Por que isso? Porque no ano retrasado, o ex-prefeito tirou os APEs, que eram os profissionais especializados que ganhavam na quantidade de um professor regular, para trocar pelos AEIs, que ganham muito menos e têm menos especialização. Aí eles não ficam nesse emprego e não conseguem repor e as famílias ficam no prejuízo. A Semed constantemente descumprindo a lei. Nós precisamos de uma resposta célere. A convocação e o processo seletivo são paliativos, porque nós precisamos devolver os APEs para a escola”, ressaltou Papy. 

 

FOTO: Eliza Mustafa

 

Assessoria de Imprensa do Vereador