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"Vereadores seguiram a vontade esmagadora dos servidores", afirma João Rocha

06.04.2016 · 12:00 · Pauta

Após a procura intensa de sindicatos e categorias, os vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande ouviram os servidores e rejeitaram o projeto de reajuste salarial (Projeto de Lei nº 8256/16), na noite desta terça-feira (5), por 26 votos contrários – inclusive com dois votos da própria base da Prefeito – contra apenas um favorável. Conforme as categorias, não houve diálogo com a Prefeitura, que propôs reajuste escalonado de 9,57%, com parcelamento para maio e dezembro.
 
A sessão, aberta ainda pela manhã, foi suspensa e só chegou ao fim durante a noite, por volta das 21 horas. Representantes de diversas categorias fizeram uso da tribuna a criticaram a postura da Prefeitura. "O objetivo é dividir as categorias, colocar um cidadão contra o outro. Precisamos discutir com mais calma", pediu Francisco Grilo, em nome dos odontólogos. "O sindicato não se sentiu privilegiado ou atendido da forma como foi apresentada a proposta", completou Edson Freitas, que usou a palavra pelos enfermeiros.
 
Para Marcos Tabosa, do Sisem (Sindicato dos Servidores Municipais de Campo Grande), outros pontos deveriam ser abordados. "A aprovação do projeto vai prejudicar mais de 15 mil servidores. O prefeito Alcides Bernal está jogando uma categoria contra a outra. Campo Grande não é dele, tem que respeitar o servidor", destacou. Renato Figueiredo, representante dos médicos, também seguiu a linha crítica. "O que está sendo oferecido não é nem de perto o que cada um aqui merece ou deveria ser valorizado", avaliou.
 
Em nome do Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação (ACP), o professor Lucílio Souza Nobre também fez críticas ao projeto. "É inadmissível o que o prefeito está fazendo, em dividir as categorias, colocando em xeque a fala de um sindicato contra outro. Esse prefeito precisa respeitar os servidores públicos de Campo Grande", afirmou.
 
O presidente da Câmara, vereador Professor João Rocha, esclareceu que não houve qualquer tipo de disputa pela não aprovação do projeto. “Houve, durante o dia, um prazo para o Executivo rever o projeto e encaminhar documentos para nos subsidiar na votação. A Prefeitura não deu retorno, não fez contato. O protocolo da Câmara ficou aberto. Fizemos outras várias reuniões com servidores e vereadores. Ficou amplamente oportunizado ao Executivo a possibilidade de se manifestar nesse processo”, relatou. "Os vereadores seguiram a vontade esmagadora dos servidores", completou
 
Durante a sessão, os parlamentares ainda aprovaram, por unanimidade, o Projeto de Lei do Executivo nº 8259/16, que dispõe sobre a criação de tabela salarial de técnico de enfermagem e auxiliar de enfermagem, além do Projeto de Lei nº 8260/16, também do Executivo, que dispõe sobre a criação da tabela salarial dos enfermeiros no quadro de remuneração dos servidores públicos de Campo Grande.
 
Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal