ícone whatsapp

Vereadores encaminharão documento cobrando atitude de autoridades

28.10.2011 · 12:00 · Palavra Livre

 

O recente caso de baderna na Avenida Manoel da Costa Lima, na qual jovens dançavam sobre carros, tirando completamente a roupa, motivou o Presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Paulo Siufi (PMDB), a fazer uso da palavra livre, na sessão da última quinta-feira, para manifestar sua indignação.

 

Siufi cobrou as autoridades pelo descaso com a fiscalização de acontecimentos que estão se tornando corriqueiros na cidade. Depois da sessão, reuniu-se com os vereadores e decidiu que irão elaborar um documento que será encaminhado ao Governador André Puccinelli, ao Prefeito Nelsinho Trad e às secretarias como de urbanismo e segurança.

 

Paulo Siufi disse que acredita na família e tem como bandeira de luta resgatar bons costumes a ética entre as crianças e a juventude. “Quando vemos cenas como as que foram apresentados pelo SBTMS, no programa Povo na TV, conduzido pelo jornalista Tatá Marques, temos certeza que a Lei Anti-pornografia vem de encontro com os anseios da população campo-grandense”, argumento Siufi.

 

Na quarta-feira, o programa Povo na TV mostrou imagens de uma “festa funk” na Avenida Manoel da Costa Lima, na qual meninas dançavam e tiravam toda a roupa em plena praça pública. Considerando que o local é próximo a uma conveniência e a forma como agiam os jovens, avalia-se que possivelmente estivessem também sob efeitos de álcool ou até mesmo de drogas. Além disso, o som alto reinava no local, significando transtornos claros aos moradores das imediações. As imagens estão disponíveis no site Youtube em vídeos particionados, que podem ser encontrados buscando o termo “Fervo no G…”.

 

“Meus caros, existem lei aprovadas nesta casa dizendo que a pornografia simplesmente pelo ato da pornografia não deve ser explicita e tratada de forma banal. Não somos contra aqueles que querem fazer isso nas suas casas, mas somos contra a banalização do sexo em exposição pública, nas ruas e nos veículos de comunicação. Somos contra a vulgaridade da sexualidade”, explicou Siufi temeroso com as conseqüências que já se estão presentes na nossa sociedade.

 

Vivemos numa democracia que preconiza direitos e deveres. “Todos temos o direito de ir e vir, o direito ao respeito”, enfatizou o vereador. “Vamos exigir pelo menos um parâmetro para que a família campo-grandense possa entender que aqui na cidade temos vereadores preocupados com as famílias, com o senso de respeito ao próximo. Tenho certeza absoluta que ninguém quer isso para os nossos filhos e quando o problema não está na nossa pele, parece ser menos importante”, ponderou Siufi, chamando para a reflexão todos os cidadãos. Já parou para pensar qual seria a sua reação, se visse pela televisão, sua filha tirando a roupa em praça pública, visivelmente alcoolizada? “É preciso preservar aquilo que é mais sagrado: o corpo”.

 

Quem pode resolver o problema? Essa é a grande pergunta. Os vereadores não vão se calar, segundo o presidente Paulo Siufi. “Vamos exigir que as leis sejam cumpridas”. O vereador Herculano Borges (PSC), chamou a família para participar do processo, principalmente da orientação sexual. “É imprescindível que os pais participem, juntamente com os profissionais da construção do cidadão do amanhã”, frisou, lembrando que no projeto das camisinhas vai ter que incluir a família. Esse projeto deve ser reapresentado na próxima semana, contemplando os apontamentos do Prefeito Municipal, Nelsinho Trad, no veto publicado ao projeto que proibia a instalação de dispensadores de preservativos nas escolas.

 

Antes da sessão de quinta-feira, Siufi havia conversado também com o promotor de justiça da 27ª Vara da Infância e Adolescência de Campo Grande, Sérgio Harfouche, que também falou do sexo banal e da preocupação de que está na hora de fazer alguma coisa, do contrário não se sabe onde isso vai parar. “Se ficarmos de braços cruzados não vamos conseguir retroceder em tudo isso que já estamos inseridos. Secretários, prefeito, cobrem as leis. Estamos deixando nossos jovens correndo riscos sérios”, afirmou Siufi.

 

O vereador Lídio Lopes (PP) seguiu na mesma esteira de Siufi e o vereador Saraiva (DEM) foi além, dizendo que a família é responsável sim. “A juventude está solta. Defensor de vagabundo tem muito. O menor é intocável. Isso parece irresponsabilidade do governo, jogando para a sociedade aquilo no que ele é incompetente. No Brasil não se faz mais cadeia, se dá pena alternativa, porque não tem onde colocar”, esbravejou Saraiva.

 

“Pela nossa lei, menor não se prende. Ninguém mais acredita nas leis, tudo está ficando banalizado, pois todos têm a certeza que não irão presos. Quando muito ficam duas ou três horas na cadeia e depois estão soltos. Tem milhares de defensores daqueles vagabundos. Sou contra isso tudo, temos que fazer cumprir as leis sim”, disse Saraiva.

 

 

Carlos Kuntzel

Assessoria de Imprensa Câmara Municipal