20.09.2016 · 12:00 · Palavra Livre
Em apoio à campanha "Setembro Amarelo", a Câmara Municipal de Campo Grande abriu espaço, durante a sessão ordinária desta terça-feira (20), para que o psicólogo Carlos Afonso Medeiros fizesse uso da Tribuna para alertar sobre a necessidade de prevenção e atenção ao suicídio.
A convite do vereador José Chadid, o psicólogo afirmou que o suicídio “é um tema muito complexo e não é um tema agradável, é um tema difícil, que traz e lembra sofrimento. Amarelo é um sinal de alerta, entre o verde da vida e o vermelho do risco de morte. Para a OMS (Organização Mundial de Saúde) saúde é o completo bem estar biológico, psicológico e social. A interação dessas três dimensões é muito importante para sensação de saúde. Na pessoa que comete suicídio esses três fatores estarão desorganizados.
De acordo com Carlos Medeiros, “precisamos alertar sobre a dimensão do problema, que vem ganhando impulso, de impacto e numérico. Segundo a OMS, o suicídio representa 75% da principal causa de morte entre jovens. São mais de 12 mil casos por ano. Em 2012, Mato Grosso do Sul foi o terceiro Estado com mais suicídios do país, um índice de 8,4 suicídios para cada 100 mil habitantes. Temos muitos registros de suicídios de índios, principalmente crianças e adolescentes, são seres humanos como nós. Os indígenas merecem atenção especial na prevenção ao suicídio. Segundo a OMS, 1,4% do ônus global do ano de 2002 foi devido à tentativa de suicídio, índice que chegará a 2,4 em 2020. Isso é muito grave”, alertou.
Para o psicólogo, o suicídio está ligado a “ambivalência, impulsividade, constrição dicotômica, é sempre tudo ou nada. No suicida as ações, sentimentos e emoções estão contritos, eles pensam no suicídio como única solução do problema, nem sempre é assim. Essa rigidez de pensamento precisa ser quebrado, porque sempre culmina com uma ação destrutiva concreta e o resultado precisa de uma multiplicidade de variáveis. Muitas vezes, o suicida em potencial comunica suas intenções, freqüentemente dão sinais. Todos esses pedidos de ajuda não podem ser ignorados. Fiquem atentos às frases de alerta, por trás estão pensamentos de suicídio, sempre ligados aos 4 D: Depressão, Desespero, Desesperança e Desamparo. Pelo menos 2/3 dos que se matam haviam comunicado para algum parente, amigo”, revela.
Por fim, Carlos Medeiros destaca que “o Setembro Amarelo surgiu para alertar a população sobre o tema e suas formas de prevenção, promovendo a valorização da vida. Essa Lei 5.615, proposta pelo vereador José Chadid, tem um papel importantíssimo junto à sociedade campo-grandense. Temos que lutar para que as pessoas em situação de risco sejam atendidas por profissionais da saúde mental. Que tenhamos um comportamento alerta e solidário, de acolhimento e orientação. Uma frase que sempre utilizo: ‘o amor é um grande remédio para muitos males’ e isso vale também para a prevenção ao suicídio”, afirmou o psicólogo.
Paulline Carrilho
Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal