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Vereadores discutem medidas para retomada das obras no Centro de Belas Artes

01.10.2021 · 12:00 · Audiência Pública

Audiência pública realizada na manhã desta sexta-feira (01) discutiu medidas para a retomada das obras do Centro de Belas Artes, projeto do início da década de 1990 que nunca saiu do papel. O espaço seria a nova rodoviária da Capital, mas segue em estado de abandono e alvo de vândalos. No mês de maio, uma comitiva composta por oito vereadores vistoriou o local e constatou a situação.

“Visitei aquele espaço e saí de lá muito triste com o que vi. Esse debate não é uma caça às bruxas. Queremos achar soluções. Aquele prédio começou há mais de 20 anos. Era um espaço fantástico para ser usado por nossa cultura, com teatro, música, artesanato. Vejo aqueles corredores com esperança. Precisamos, neste momento, discutir o motivo de acontecer aquilo. É dinheiro público. Por que deixaram essa obra ficar nessa situação?”, questionou o vereador Ronilço Guerreiro, que convocou a audiência.

Em junho, os vereadores participaram de uma reunião com o advogado Luiz Ormay, que representa a Mark Construções, que tocou a obra entre 2012 e 2014. Ele argumenta que a empresa efetuou os trabalhos sem receber da Prefeitura entre agosto de 2013 e abril do ano seguinte, quando abandonou o canteiro. Agora, briga na Justiça para receber valores que, segundo o advogado, giram em torno de R$ 1 milhão.

“Vi o Centro de Belas artes sendo depredado por pessoas doentes, usuários de drogas, pessoas que foram excluídas da sociedade por falta de saúde pública, de segurança. Quem paga a conta somos nós, que pagamos impostos. É o dinheiro de todos os campo-grandenses. Estamos aqui para poder ajudar o Executivo, e espero que realmente venha a acontecer o término daquele espaço, recuperar aquele espaço e dar vida à cultura da Capital”, disse o vereador Ayrton Araújo do PT, presidente da Comissão Permanente de Obras e Serviços Públicos.

A obra teve início durante o governo Pedro Pedrossian, em 1991, e parou em 1994. Após anos de abandono, o prédio foi transferido para a Prefeitura em 2006, quando surgiu a ideia de construção do Centro de Belas Artes. 

Segundo a subsecretária de Gestão e Projetos Estratégicos da Prefeitura, Ana Virgínia Knauer, trata-se de um projeto bastante complexo e a expectativa é concluir a primeira etapa, com recursos na ordem de R$ 4 milhões, até o início de 2023, dando funcionalidade a um espaço de 2.800 metros quadrados. 

“O projeto foi elaborado para ser executado em etapas, que permitiria, conforme fossem captados recursos, que pudesse ser executado aos poucos, dando funcionalidade a cada parte entregue de maneira autônoma. Temos recursos para concluir, está no nosso plano de Governo. Temos o maior interesse de terminar essa obra e devolver a estrutura para a sociedade, oferecendo um serviço de utilidade pública”, disse.  

Revolta – Em sua fala, o vereador Prof. André Luis foi incisivo e criticou as administrações que nada fizeram para concluir as obras do Centro de Belas Artes. Para ele, faltou gestão e interesse do poder público.

“É uma vergonha o que acontece em Campo Grande. Em toda administração, falta gestão. Estamos há 30 anos com aquela vergonha na nossa cara, igual essa vergonha do Aquário do Pantanal. Se está judicializado, as partes podem fazer composição e resolver o problema. A Prefeitura começa obras e não termina. O cidadão rouba pois não colocam ninguém pra cuidar. Não podemos aceitar isso. Precisamos parar com gestão promessinha. As coisas têm que ser resolvidas”, cobrou.

Para a vereadora Camila Jara, os artistas da Capital precisam de uma nova casa. “A cultura precisa desse lugar, e o povo campo-grandense também, para que possamos ter mais espaços culturais e mais espaços para nossos artistas, que, infelizmente, encontram-se desabrigados neste momento. Que Capital é essa que não oferece cultura para nossa população? Temos que somar esforços para dar uma destinação ao Centro de Belas Artes. Juntos, podemos mudar essa realidade”, afirmou.

Para a jornalista Suki Ozaki, a obra inacabada também virou problema de segurança pública, já que abriga marginais e usuários de drogas. “Essas situações, gostaríamos que os vereadores vissem e, pontualmente, fossem lá de vez em quando. Os vereadores estiveram lá há cerca de dois meses, e o que vocês viram estava lindo. Hoje, não tem quase nada. Para nós, moradores, se tornou uma questão de segurança pública, pois o local abriga bandidos”, afirmou.

Jeozadaque Garcia
Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal