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Titular da Semadur nega ‘farra’ de nomeações na pasta: “não existe esse cabide”

05.08.2015 · 12:00 · CPI

Ouvido por mais de duas horas pela CPI das Contas Públicas, o secretário Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano de Campo Grande, Valdir João Gomes de Oliveira, negou que haja uma ‘farra’ de nomeações na pasta que comanda. Segundo ele, o gasto de R$ 42 milhões na folha de pagamento, registrado em 2014, foi fruto de alternância de secretários nos últimos anos.
 
“[O aumento no gasto é fruto] de mudança. Muda secretário, manda todo mundo embora, paga encargo. Tenho conhecimento de secretários que entram, colocam muitas pessoas. É situação por quem passou lá. Hoje, na Semadur, não existe esse cabide. Não existe farra. Não posso afirmar que não existiu. Não posso avaliar [o mandato] de secretários que por lá passaram. Houve um monte de contratação, um monte de demissão, que originou isso. O gasto com folha deve ter sido grande, mas de pessoas [que ficaram] por um período curto [na Semadur]”, afirmou Valdir, que assumiu a Secretaria há menos de um mês. 
 
Ele foi ouvido pelos vereadores Eduardo Romero, Airton Saraiva, Paulo Pedra, Thais Helena e Vanderlei Cabeludo, que compõem a Comissão Parlamentar de Inquérito. Conforme dados apresentados na oitiva, a folha de pagamento em 2012 ficou na casa dos R$ 22 milhões. No ano seguinte, o gasto com funcionários chegou a R$ 33 milhões e, em 2014, saltou novamente, agora chegando aos R$ 42 milhões. Ainda segundo Valdir, faltou comando para quem chefiou e pasta, e o troca-troca de secretários desestimulou os servidores.
 
“Assumi uma pasta há menos de um mês, que é o coração da Prefeitura. É uma pasta que passou por um período curto, de dois anos, por cinco secretários, e isso fez com que houvesse um desestímulo com os servidores. Não é bom para ninguém. Tem bons profissionais, mas faltou gestão à frente da Secretaria. Temos que mostrar trabalho para melhorar a arrecadação e tirar a Prefeitura dessa lamúria”, reconheceu.
 
 Indagado, Valdir Gomes ainda reconheceu que, antes de assumir a Semadur, havia desvio de função entre servidores. “Agora não mais”, garantiu. Ele ainda falou sobre a necessidade de regulação das feiras livres, já que mais da metade realizadas na Capital não estão cadastradas, e dos cemitérios públicos. 
 
CPI – A CPI foi criada no dia 5 de maio, com 10 assinaturas: Paulo Pedra, Thais Helena, Cazuza, Luiza Ribeiro, Chiquinho Telles, Alex do PT, José Chadid, Ayrton Araújo do PT, Eduardo Romero e Chocolate.
 
A Comissão tem como objetivo investigar se o aumento de 40,34% na folha de pessoal da Prefeitura ocorreu por aumentos salariais praticados pelas gestões anteriores ou devido à nomeação de comissionados por parte do atual prefeito Gilmar Olarte.
 
Além disso, vai investigar quanto da receita de folha de pessoal é destinada aos comissionados nomeados durante a gestão do prefeito, bem como se estão efetivamente trabalhando e se os recursos destinados ao pagamento destes estão atingindo sua finalidade.
 
Por fim, saber se houve realmente redução na arrecadação do município, principalmente com relação ao ICMS, IPTU, ISS.
 
Jeozadaque Garcia
Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal