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Salute admite que atendeu apenas Prefeitura; Jagás diz que contratação foi suspensa por telefone

13.11.2013 · 12:00 · Comissões

O representante da empresa Salute Distribuidora de Alimentos Ltda, Érico Chezini Barreto e o proprietário da empresa Jagás, Elton Luiz Crestani foram ouvidos na manhã desta quarta-feira (13) pelos vereadores Edil Albuquerque, Alceu Bueno e Flávio César, que compõem a Comissão Processante, aberta na Câmara Municipal para apurar possíveis irregularidades em contratos emergenciais firmados pela Prefeitura de Campo Grande.

 

Os depoimentos foram acompanhados pelo advogado de defesa do prefeito Alcides Bernal, Jesus de Oliveira Sobrinho.

 

O primeiro a depor como testemunha de acusação e de defesa foi Érico Barreto, da empresa Salute, que negou qualquer irregularidade no fornecimento de alimentos para a merenda da Rede Municipal de Ensino da Capital.

 

Em seu depoimento, Érico negou a falta ou atraso no fornecimento de alimentos às escolas municipais e atestou a qualidade dos produtos entregues. “Sempre entregamos os produtos em tempo hábil. Até agora não houve comprovação de que foi entregue carne com sebo e mau cheiro. A Salute sempre se responsabilizou, mas nunca chegou ao nosso conhecimento que houve problemas com a carne, se tivéssemos sido comunicados teríamos trocado a carne na hora. Sempre carregamos os produtos em caminhões com câmara fria”, afirmou.

 

Érico também informou que a empresa contratada emergencialmente foi desclassificada no último pregão realizado pela Prefeitura por ter apresentado apenas uma amostra, enquanto o edital exigia duas amostras do alimento a ser servido.

 

Questionado pelo advogado Jesus de Oliveira sobre o alvará sanitário da empresa, o representante da Salute informou que “não sou obrigado a ter alvará da Vigilância Sanitária para trabalhar. Pedi o alvará e eles indeferiram, dizendo que não precisava”.

 

Érico Barreto justificou que apresentou preço inferior no pregão, em comparação com o valor praticado no contrato emergencial, porque “a modalidade de licitação praticada no contrato emergencial foi a tomada de preço, sendo contratado quem apresenta o menor preço, enquanto que no pregão há um leilão entre os concorrentes para se chegar ao menor valor, sendo que cada um vai reduzindo o valor até todos desistirem e ficar só uma empresa ganhadora”.

 

Por fim, Érico explicou que a empresa não foi criada apenas para atender a Prefeitura Municipal, mas alegou que “durante todo este período só atendemos a Prefeitura”.

 

Empresa Jagás

 

O proprietário da empresa Jagás, Elton Luiz Crestani, que firmou contrato emergencial com a Prefeitura Municipal no dia 14 de março para o fornecimento de gás GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), foi ouvido pela Comissão Processante como informante, por ter sido citado na denúncia que motivou a abertura da investigação.

 

Na reunião, o relator da Comissão, vereador Flávio César, explicou que o contrato foi firmado com a empresa Jagás enquanto havia um processo licitatório em andamento na Prefeitura para aquisição de gás GLP, sendo que a empresa Jagás apresentou no contrato emergencial um valor maior do que aquele ofertado durante o pregão presencial.

 

Questionado, Elton Crestani afirmou que a Prefeitura nunca lhe pediu para abaixar os preços e alegou que o preço apresentado pela empresa MICMAR, ganhadora da licitação, “é impraticável. É um preço abaixo do valor de mercado. Eles iam vender pelo valor que eu compro o botijão. E por isso entramos com recurso contra a licitação, porque o preço da MICMAR não podia ser praticado por nenhuma empresa”.

 

Elton Crestani afirmou ainda em seu depoimento que o contrato emergencial com a Jagás foi rescindido por telefone, após a contratação da empresa ganhadora da licitação. “Me ligaram da Prefeitura dizendo que não era mais para eu fornecer a partir daquele dia e eu parei. Inclusive, quero pedir aos senhores uma cópia dessa rescisão de contrato, porque nem eu tenho”, revelou.

 

Serviço – Na parte da tarde as oitivas continuam. Às 14 horas será ouvido Milton Felice, representante empresa Megaserv e às 15 horas será a vez de Mamed Dib, proprietário da empresa MDR Distribuidora de Alimentos.

 
As demais oitivas estão marcadas para os dias 19, 20, 21 e 25 de novembro. 
 

Paulline Carrilho

Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal