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Palestra discute capacitismo e vereador Otávio Trad destaca avanço nas políticas de inclusão e acessibilidade

11.08.2022 · 12:00 · Vereador Otávio Trad

O evento foi o primeiro a discutir o tema em cumprimento a Lei 6.753, de autoria do vereador Otávio Trad (PSD), que prevê Campanha de combate ao preconceito contra a pessoa com deficiência

Nesta quarta-feira (dia 10) foi realizada a primeira palestra sobre capacitismo, em cumprimento a Lei 6.753, de autoria do vereador Otávio Trad (PSD), que prevê a instituição da Campanha de combate ao preconceito contra a pessoa com deficiência. A palestra contou com a participação do autor da legislação, da presidente do Conselho Estadual da Pessoa com Deficiência, Dra. Tânia Noronha e da Professora de Paradesporto, Nayane Lima.

Durante o evento pioneiro, o vereador Otávio Trad destacou a importância da discussão e o papel do legislativo municipal no avanço das políticas públicas de acessibilidade e inclusão das pessoas com deficiência.

“Esse é um tema de grande relevância para a sociedade e eu vejo que Campo Grande sai na frente de outras capitais quando se fala no combate ao capacitismo, afinal muitos dos problemas que as pessoas com deficiência enfrentam diariamente serão discutidos aqui, desde a questão estrutural até as atitudes preconceituosas, que muitas vezes são involuntárias. E nós, enquanto Câmara Municipal, precisamos estar cientes dessa realidade e sermos anti-capacitista”, declarou.

A Dra. Tânia iniciou sua fala detalhando o que é capacitismo. “É o não-reconhecimento das capacidades da pessoa com deficiência, ou seja, quando eu acho que as pessoas com deficiência não são capazes de fazer alguma coisa eu estou cometendo o capacitismo”, disse. “Por isso é importante eventos com a finalidade de divulgar essa terminologia porque nós conhecemos o machismo, o racismo, mas o capacitismo nós não conhecemos e a informação é importante para que as pessoas possam ir se conscientizando e modificando suas atitudes”, completou.

Ela ainda compartilhou sua experiência como pessoa cega enfrentando o preconceito contra as pessoas com deficiência. “Muitas vezes eu chego nos locais e as pessoas não falam direto comigo, falam com meu acompanhante. Então eu digo eu ouço bem, compreendo bem, falo português e vou conseguir me comunicar. Isso também acontece com o surdo, as pessoas vão direto no intérprete, não dirigem o olhar para a pessoa surda e nós temos que olhar para a pessoa surda porque senão eu a torno invisível”, contou.

Já a professora de Paradesporto, Nayane Lima, falou sobre as mudanças no conceito de deficiência, estereótipos e como combatê-los. Segundo ela, a deficiência, de acordo com o modelo biológico, era vista como resultado de um desvio nas funções e estruturas do corpo e por isso o foco era a reabilitação da pessoa para que ela se aproximasse daqueles considerados padrões.

Hoje a deficiência é vista através do modelo social, ou seja, não é uma condição exclusiva da pessoa, mas antes, é uma condição socioambiental. “Desta forma a deficiência é entendida como um sistema de desigualdade e que deve ser vista como uma questão política, de direitos humanos, de luta e justiça”, apontou.

Entre os principais estereótipos a respeito das pessoas com deficiência, Nayane citou o  de coitadinho, a ideia é que pessoas com deficiência é vítimas e assim é digna de compaixão e caridade; o de doente, a lesão ou a limitação são a causa da desigualdade social e neste caso é ignorando a falta de acessibilidade; o moralmente corretor, desumaniza a pessoa com deficiência e a coloca na posição de pessoas puras, inocentes e desprovidas de sentimentos como raiva, por exemplo; e o mais comum: o de super-herói, que enaltece as pessoas por realizar tarefas do dia-a-dia, como comer sozinho, sair para trabalhar.

A palestra faz parte do projeto “Escola Educa +”, que consiste em uma série de palestras com assuntos relevantes à capacitação e ao conhecimento dos servidores da Casa de Leis.

#PraCegoVer: Fotografia. As palestrantes Nayane Lima e Tânia Noronha e o vereador Otávio Trad durante a palestra sobre capacitismo da Câmara Municipal. Os três estão sentados em frente a bancada do Plenarinho, visto da cabeça até a cintura. Da esquerda para direita, Nayane, Otávio Trad e Tânia. Ao fundo a intérprete de Libras, Christiane fazendo a tradução. Fim da descrição.

 

Fernanda Palheta 

Assessoria de Imprensa do Vereador