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Empresas subcontratadas pela Homex estimam prejuízos milionários após calote

11.12.2013 · 12:00 · CPI

Empresas que foram subcontratadas pela Homex para realizar serviços elétricos e de acabamento nos empreendimentos de Campo Grande relataram, nesta quarta-feira (11), prejuízos que beiram R$ 1 milhão. Representantes de duas empreiteiras foram ouvidos pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) instaurada na Câmara Municipal para apurar o calote da construtora mexicana, que, além de afetar as empresas, interrompeu o sonho da casa própria de centenas de mutuários.
 
“Fomos deixados a ver navios”, bradou Osvaldo Francisco dos Santos, sócio da Tekton Construção e Serviços. “A empresa está parada. Não tem como funcionar. (O prejuízo é de) R$ 300 mil, sem contar que tem problemas ainda na Justiça. Virou uma bola de neve e ficou incontrolável”, continuou o empreiteiro.
 
A Tekton foi subcontratada pela Homex para realizar serviços de acabamento nos empreendimentos da empresa, como portas, telhados e azulejo. Segundo o proprietário, o material fornecido pela mexicana “era de segunda qualidade”. “Tinha que fazer muito reparo, o que causava transtornos. Trabalhamos cerca de sete meses com a Homex, com cerca de 30 funcionários. Depois, fomos retirados do canteiro”, relatou.
 
Moradores ouvidos pela CPI em oitivas anteriores não pouparam críticas às residências entregues. Em regra, grande parte das unidades apresenta infiltrações, rachaduras e desníveis no piso. Em alguns casos, até mesmo banheiros entupidos foram entregues, ainda que fora do prazo.
 
Segundo a ser ouvido pelos vereadores, Fernando Henrique Martins, representante da empresa DD Paiva, estima um prejuízo que passa dos R$ 700 mil. “Meu pai teve que vender casa, carros da empresa para pagar funcionários.  Por falta de pagamento, tivemos problemas para acertar com os funcionários e fornecedores. Tivemos que comprar equipamentos, enfim, todo o processo que eles exigiam nós fizemos. O não pagamento acarretou uma bola de neve, pois tivemos que fazer empréstimos”, explicou. Foram 120 dias de trabalho prestado e nenhum pagamento foi feito pela Homex, de acordo com o empresário.
 
O engenheiro Jary de Carvalho e Castro, presidente do CREA/MS (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso do Sul), que também seria ouvido, justificou sua ausência e, por meio de ofício, solicitou outra data para sua oitiva. 
 
De acordo com o vereador Otávio Trad, que presidiu provisoriamente a CPI, ainda resta ouvir a Caixa Econômica Federal, a Prefeitura de Campo Grande, o próprio CREA/MS e a Homex. Uma reunião entre os membros da Comissão será realizada para definir as próximas oitivas.
 
Jeozadaque Garcia
Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal