ícone whatsapp

Em audiência, ILPIs pedem políticas públicas de apoio aos idosos: ‘fazemos mágica’

09.08.2021 · 12:00 · Audiência Pública

Representantes de instituições de longa permanência (ILPIs) estiveram na Câmara Municipal, nesta segunda-feira (09), e pediram mais políticas públicas de assistência aos idosos. Eles participaram de audiência pública convocada pela Comissão Permanente de Saúde e falaram das dificuldades para manter as unidades.

“Estamos aqui para chamar a atenção do poder público, principalmente da saúde, para a situação que enfrentamos. Nossos idosos já chegam bastante debilitados, com doenças graves, que requerem cuidados médicos. Temos 28 profissionais na área de saúde. Então, nós fazemos mágica, e com o auxílio da população campo-grandense, graças a Deus.  Precisamos de uma solução que seja boa para todos”, disse a superintendente-executiva do Asilo São João Bosco, Cleópatra Shamah. 

Além do Asilo São João Bosco, um dos mais antigos da Capital, outras duas instituições públicas atendem idosos abrigados: a Casa do Aconchego e a Sirpha – Lar do Idoso. Juntas, recebem cerca de 200 idosos.

“Temos que, todos os anos, ficar na Câmara falando com cada vereador, mostrando a necessidade de nos ajudar. Trabalhamos com políticas públicas. Não temos que implorar, pelo amor de Deus, pra um vereador comprar fraldas ou remédios”, disse Sueli Gomes dos Santos, da Casa do Aconchego.

Já a superintendente-executiva da Sirpha, Maria Cristina Oliveira, pediu um olhar especial com as instituições. “Hoje, fazemos parcerias com o poder público, doações de pessoas físicas e jurídicas. Desta forma, a Sirpha busca parcerias com vistas a arrecadar recursos para garantir a continuidade dos seus serviços. Estamos aqui para buscar um olhar especial para o trabalho que realizamos. Temos idosos com sérias patologias e comorbidades. Precisamos de aporte financeiro, e é necessário que se conheça o trabalho da Sirpha pois nos sentimentos, muitas vezes, invisíveis quando se trata da saúde do idoso. Essa batalha é antiga, mas esperamos um cenário novo, que transforme nossas angustia em ações”, pediu.

Em sua fala, a presidente da Comissão de Direito dos Idosos da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil), Lilian Veronese lembrou que a pandemia de covid-19 propiciou um novo olhar para a situação dos idosos. 

“É uma questão bem complexa. Quando chega na ILPI, é porque realmente a família é omissa, a sociedade foi omissa. Com essa pandemia, percebemos o quanto as pessoas idosas estavam invisíveis, e o quanto temos que ter um olhar diferenciado. E a sociedade, quando formos idosos, como estará? Temos que ter essa empatia. As ILPI são os locais onde os idosos estão mais seguros. Ela faz o trabalho social e da saúde. É um trabalho híbrido. Precisamos fortalecer as redes, os vínculos e as políticas publicas para dar mais dignidade às pessoas”, defendeu.

O secretário Municipal de Planejamento e Finanças, Pedro Pedrossian Neto, disse que a Prefeitura irá aumentar em 25% o repasse às unidades e parabenizou a Casa de Leis pelo debate. “A Câmara tem esse condão de ampliar a voz para que o Executivo possa dar apoio. A Câmara está fazendo seu papel, e muito bem feito. Eu não vejo a crítica pela ótica do personalismo, mas como um instrumento da superação do problema. Ela é um veículo por meio do qual podemos verificar o problema e ter uma ação resolutiva. Essa política é extremamente complicada, regida por uma série de leis, e fazer com que ela funcione bem é um desafio que temos”, ponderou.

Proponente da audiência, o vereador Dr. Victor Rocha ressaltou a importância do debate e cobrou regularidade nos repasses do poder público. “Como estamos vivendo hoje? O que podemos melhorar e como avançar? É um tema de grande relevância a situação dos idosos. Muitas vezes, nos percalços da vida, o idoso acaba sendo deixado de lado. Precisamos é de uma garantia da regularidade do aporte [da Prefeitura], pois todo início de ano existia uma dificuldade, e a unidade que faz a prestação do atendimento ficava sem o pagamento. Vinha todo o recurso em abril, mas as contas não esperam”, avisou.

Victor Rocha também ressaltou a importância da assistência médica. “Temos que definir como a assistência médica será estabelecida, ou por meio de convênio público ou privado. Vamos nos reunir com a prefeitura para alinhar como podemos suprir essa demanda”, finalizou.

Jeozadaque Garcia
Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal