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CPI das Contas: Secretário de Saúde admite atraso de pagamento a fornecedores

26.05.2015 · 12:00 · CPI

O secretário Municipal de Saúde Pública, Jamal Salém, admitiu que a pasta tem atrasado o pagamento a fornecedores e prestadores de serviços. Ele foi sabatinado na tarde desta terça-feira (26), na Câmara Municipal, durante oitiva da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Contas Públicas, instaurada na Casa de Leis para apurar a crise financeira enfrentada pela Prefeitura.
 
“[A crise] não é só na Prefeitura de Campo Grande. O Brasil todo está passando. Algumas empresas, realmente, estão em atraso. Mas estamos negociando para podermos quitar o mais rápido possível. Alguma delas dá para usar a fonte do SUS (Sistema Único de Saúde) e podemos adiantar”, reconheceu Jamal.
 
Segundo o titular da Sesau, a pasta ainda tem que gastar, em média, R$ 300 mil por mês por conta de decisões judiciais –para a compra de remédios, por exemplo-, sem contar as cirurgias feitas a mando da Justiça. “Posso colocar o exemplo de uma cirurgia de prótese do quadril que pode custar R$ 120 mil. Pelas vias normais, não gasta mais de R$ 18 mil. Quando não tem condição de fazer no município, faz no particular. As vezes ocorre sequestro na própria conta da secretaria para desviar o dinheiro e pagar a cirurgia”, disse.
 
Jamal foi o terceiro secretário ouvido pela CPI, criada no início de maio. Antes dele, foram chamados para depoimentos os secretários da Administração, Wilson do Prado, e de Receita, Ricardo Vieira Dias. O secretário ainda negou que haja funcionários ‘fantasmas’ em sua pasta.
 
“Que eu saiba, não tem. Eu não iria admitir isso. Quem souber, nos fale que vamos tomar as medidas imediatas. Na nossa secretaria, principalmente as diretorias, todas, com exceção de um, são todas de carreira, de experiência”, garantiu. Na Sesau, são mais de 6 mil servidores, e pouco mais de uma centena são comissionados. De 1,3 mil médicos, cerca de 600 são contratados.
 
Jamal ainda saiu em defesa do Cempe (Centro Municipal Pediátrico), inaugurado em outubro de 2014 e que consome, em média, cerca de R$ 2 milhões mensais. “Existia uma emenda parlamentar para a construção de um hospital infantil. Muitos falam que não tem necessidade. Hoje, você observa que o CEMPE atende 400 ou 500 crianças por dia. A procura é grande. A partir desse momento, foi feito o planejamento para construir, adaptar para se fazer o atendimento pediátrico”, alegou.
 
CPI – A CPI foi criada no último dia 5 de maio, com 10 assinaturas: Paulo Pedra, Thais Helena, Cazuza, Luiza Ribeiro, Chiquinho Telles, Alex do PT, José Chadid, Ayrton Araújo do PT, Eduardo Romero e Chocolate.
 
A Comissão tem como objetivo investigar se o aumento de 40,34% na folha de pessoal da Prefeitura ocorreu por aumentos salariais praticados pelas gestões anteriores ou devido à nomeação de comissionados por parte do atual prefeito Gilmar Olarte.
 
Além disso, vai investigar quanto da receita de folha de pessoal é destinada aos comissionados nomeados durante a gestão do prefeito, bem como se estão efetivamente trabalhando e se os recursos destinados ao pagamento destes estão atingindo sua finalidade.
 
Por fim, saber se houve realmente redução na arrecadação do município, principalmente com relação ao ICMS, IPTU, ISS. 
 
Jeozadaque Garcia
Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal