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Com mais informação sobre doação é possível reduzir o tempo de espera para transplante, diz médica

27.08.2019 · 12:00 · Palavra Livre

Durante a sessão ordinária desta terça-feira (27), a médica oftalmologista Cristiane Santos Bernardes, diretora do Banco de Olhos da Santa Casa e chefe do Serviço de Oftalmologia, usou a Tribuna para falar sobre a campanha “Doe Órgãos, a Vida Continua!”, que celebra o Dia Nacional da Doação de Órgãos. O convite para falar do tema foi feito pelo vereador Dr. Wilson Sami.

De acordo com Cristiane, a doação de órgãos é um assunto tão polêmico e necessário nos dias atuais. “Atualmente, 78% das notificações de possíveis doadores não são concretizadas, um dos principais fatores para não concretização dessa doação, seria a recusa familiar, acreditamos que isso seja, principalmente, por desinformação”, explanou. “A população tem desconfiança sobre o tema, desconhecimento, não sabe como funciona todo o sistema”, complementou.

Cristiane também explicou na Tribuna como funciona o sistema de transplante. “Hoje é regulado pelo Sistema Nacional de Transplantes, ligado ao Ministério da Saúde e suas centrais estaduais, então, é um sistema complexo, com normativas e leis que regulamentam todo o processo de doação”, informou.

“De acordo com dados do primeiro trimestre de 2019, há uma lista de espera de 22 mil pacientes aguardando por transplante renal, 1.063 pacientes aguardando por um  transplante de fígado, 228 pacientes aguardando por transplante de coração, 177 pacientes aguardando por transplante de pulmão, 25 pacientes aguardando por transplante de pâncreas, 9.442 pacientes aguardando na fila para um transplante de córnea, totalizando em torno de 40 mil pessoas esperando por um órgão ou por um tecido”, enumerou. “Lembrando que temos número de óbitos muito maior do que isso, então essa fila de espera é bastante injustificável, principalmente, no caso de transplante de córnea, onde qualquer pessoa pode ser um doador, diferente dos múltiplos órgãos onde é preciso uma morte encefálica para converter em doação de órgãos”, explicou.

Conforme a médica oftalmologista explicou, não é preciso declarar ser um doador. “A legislação atual diz que a família que autoriza a doação, por isso, a informação, a divulgação e a conversa entre as pessoas, tornaria a abordagem familiar muito mais fácil, por isso, acreditamos que o apoio da mídia facilita muito o serviço de abordagem familiar”, disse.

Por fim, a médica informou que no mês de setembro será promovido vários eventos para a conscientização da população. “Inclusive, no dia 27 de setembro aqui na Câmara será feito um seminário com os agentes de saúde, que são multiplicadores para população, esclarecendo a importância da doação, como a doação é feita, quem regulamenta, para que a população passe a pensar sobre o assunto e, com isso, possamos reduzir o número de tempo de espera nas filas. Contamos com apoio desta Casa de Leis para divulgação da campanha”, finalizou.

Serviço-Para mais informações sobre doação de órgãos entre em contato pelo telefone (67) 3312-1400 ou acesse o site https://snt.saude.gov.br/

Dayane Parron

Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal