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Com início das Paralimpíadas, live reúne especialistas a atletas para discutir paradesporto na Capital

25.08.2021 · 12:00 · Outras Notícias

Com o início dos Jogos Paralímpicos de Tóquio (JAP), a Câmara Municipal de Campo Grande realizou, nesta quarta-feira (25), live para discutir a situação do paradesporto na Capital. O debate reuniu especialistas e atletas, que falaram sobre as dificuldades para treinamentos e viagens.

“Hoje em dia melhorou bastante em relação ao era antes. Mas, mesmo assim, ainda falta muito”, resumiu o atleta Alexandro Teodoro da Silva, da equipe de natação Submerso. “Não temos condição financeira. Hoje, contamos com apoio de um clube, que sede espaço para treinar. Tomamos a iniciativa de arrecadar recursos para alugar uma piscina por um período. A gente segue nessa luta, contando com apoio, principalmente, dos profissionais que trabalham com a gente. Falta incentivo. O incentivo público é mínimo, e o privado, praticamente inexistente”, lamentou.

O debate foi encabeçado pelo vereador Otávio Trad, membro da Comissão Permanente de Acessibilidade da Casa de Leis. De acordo com o parlamentar, com a abertura dos jogos paralímpicos é preciso discutir e incentivar o esporte praticado por paratletas.

“Essa dificuldade de investimento é no esporte de uma maneira geral. Recebemos muitos esportistas pedindo apoio, transporte para competir em outras cidades. A gente sabe da dificuldade. A disputa da paralimpíada é uma maneira de trazer as pessoas para o esporte, e isso faz total diferença na vida de cada cidadão. De uns anos para cá, tenho tido um olhar voltado para projetos que envolvam as pessoas com deficiência. Temos como obrigação dirimir todos os temas que envolvam a nossa sociedade”, analisou.

A professora universitária Marina Brasiliano Salerno, líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física Inclusiva e coordenadora do Projeto de Extensão Incluir pelo Esporte da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), defendeu a ampliação dos espaços para a prática do paradesporto e mais investimentos na área. 

“Um debate como esse mostra nosso desenvolvimento enquanto sociedade, discutindo temas sobre diferentes públicos. O paradesporto traz com ele pontos que precisamos olhar, buscar o desenvolvimento de espaços, financiamento e respeito aos profissionais envolvidos. É muito amor, a gente fica emocionado com quem representa nosso país, mas devemos lembrar de quem os levou até lá”, afirmou.

Segundo o coordenador do projeto de esporte adaptado da Reme (Rede Municipal de Ensino), Gerson Falcão Acosta, a escola é importante para a formação da base dos atletas. “O esporte adaptado na Reme é muito importante. Iniciou em 2002, por meio de três escolas. Falo que é importante pois, quando falamos da base, a Rede Municipal inicia essa base. Essas crianças iniciam na rede municipal. Precisamos ter esse trabalho de base para chegar a uma paralimpíada. Hoje, temos 55 escolas e 55 professores, e nossa carga horária vem crescendo com a atuação desses professores. Hoje, são 5 modalidades esportivas”, disse.

Já o professor Silvio Lobo Filho, presidente do Comitê do Paradesporto Estadual e Diretor Executivo da Fundesporte (Fundação do Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul), é preciso massificar o paradesporto no Estado.

“É preciso trabalhar na massificação a partir da escola, que é a base essencial para a formação do paratleta. Estamos empenhados em ampliar e a intenção é alcançarmos, massificarmos e fazermos um processo de inclusão, permitindo que todo o deficiente que esteja na escola esteja na atividade esportiva. Ou competindo no esporte paralímpico, ou trabalhando no paradesporto. A atividade física é uma agente de reabilitação. Temos que ampliar esse processo”, pregou.

Para o professor Marcos dos Santos Ferreira, auxiliar-técnico da Seleção Brasileira de Futebol de 7 e professor da escolinha pública de futebol de 7 da Capital, disputar uma Paralimpíada é o grande sonho de um atleta. “Para nós, que estamos dia a dia na luta pra trazer o melhor para nosso País, é uma emoção muito grande. Estar nos jogos representando seus país, estado e cidade, é um sonho. Todos os atletas trabalham almejando esse momento. É um privilégio muito grande. Hoje, tenho bastante orgulho em falar da minha trajetória”, lembrou.

MS nos Jogos – Os Jogos Paralímpicos de Tóquio começaram na última terça-feira (24) e conta com sete sul-mato-grossenses na delegação brasileira, composta por 260 atletas. Yeltsin Ortega Jacques, Ricardo Costa de Oliveira, Silvânia Costa de Oliveira e Fabricio Júnior Barros brigam por medalhas no atletismo; da canoagem, o ‘caubói’ Fernando Rufino e Débora Raiza Ribeiro são esperanças de medalha para o Brasil.

Além deles, Vilmar Roberto Dias será guia da maratonista Edneusa de Jesus, atleta que foi medalha de bronze nos Jogos do Rio, em 2016.

Jeozadaque Garcia
Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal