ícone whatsapp

Campanha alerta para riscos das queimadas à saúde

03.06.2019 · 12:00 · Eventos

Na semana do Meio Ambiente, foi lançada, na manhã desta segunda-feira (3), na Câmara Municipal de Campo Grande, a campanha de combate à incêndio, intitulada “Onde tem Queimada, não tem saúde!”. O objetivo é alertar sobre os riscos das queimadas, que tem como período crítico os meses de junho a setembro, quando o tempo seco predomina. A campanha é organizada pelo Comitê Municipal de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais e Urbanos, composto por 17 órgãos e entidades, entre eles a Casa de Leis. 

O vereador Eduardo Romero, vice-presidente da Comissão Permanente de Meio Ambiente da Câmara Municipal, ressaltou que o objetivo é alertar a população sobre os riscos que as queimadas oferecem em diversas áreas, incluindo trânsito, saúde, meio ambiente e até a rede energia elétrica. “Começamos essa campanha agora para já termos mais resultados em agosto, mês considerado crítico para os incêndios”, afirmou. 

A Lei 5.864/17, de autoria do vereador Romero, institui o Agosto Alaranjado, que tem por finalidade promover a discussão junto a comunidade, otimizar a gestão, o monitoramento, a prevenção e o combate ao uso de fogo na vegetação no município.

O Comitê já programou palestras em 40 escolas da Capital, capacitação dos gestores de Centros de Educação Ambiental, divulgação dos alertas sobre incêndio, inserção das informações para denúncias nas contas de água e luz, cursos de combate a incêndio nas Áreas de Proteção Ambiental (APAs), blitz ambiental para conversa e orientação aos moradores. 

Em 2018, o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul combateu mais de 2,3 mil focos e incêndios em vegetação (zona urbana e rural) em Campo Grande, aumento de quase 20% em relação ao ano anterior. Ainda no período, a rede pública de saúde da Capital atendeu quase 60 mil ocorrências médicas decorrentes de problemas respiratórios. Esse número equivale a mais de 160 casos atendidos por dia.

Entre os anos de 2017 e 2018 houve aumento de aproximadamente 5 mil atendimentos. Os problemas respiratórios mais frequentes são infecções das vias aéreas superiores, bronquite e asma. O vereador Dr. Cury reforçou a necessidade de sensibilizar as pessoas. “Há um problema comportamental e por isso temos que falar dos riscos das queimadas à saúde. Crianças e idosos acabam sendo as principais vítimas. Todos têm obrigação de manter a cidade limpa”, afirmou o vereador. 

A região do Bandeira teve recorde de queimadas no ano passado e também maior número de atendimentos médicos decorrentes de problemas respiratórios. A região concentrou 20% do total de ocorrências. Rodrigo Giansante, representando a Planurb, destacou que é o terceiro ano de campanha organizada pelo Comitê e completou que o principal desafio é levar as informações onde as pessoas estão para promover a mudança cultural necessária.  

Efeitos

O coronel Marcello Fraiha, comandante metropolitano de Bombeiros, falou que as queimadas acabam transformando-se em uma “bola de neve”, pois além dos transtornos à saúde e ao meio ambiente “ambém há uma sobrecarga do atendimento nas unidades de saúde em função dos casos de problemas respiratórios e as viaturas dos bombeiros que ficam mobilizadas no atendimento a esses casos”, pontuou. 

O tenente-coronel Waldemir Moreira Junior, do Centro de Proteção Ambiental, salientou que neste ano há uma probabilidade de risco maior de incêndios, considerando que, em janeiro (fora do período considerado crítico), já foi registrado recorde de ocorrências para o mês na comparação com a série histórica, iniciada em 1998. “Notamos sazonalidades decorrentes da biomassa acumulada, o que acaba favorecendo essa queima”, disse.

Penalidades 

Durante lançamento da campanha no Plenarinho da Câmara, o secretário municipal de Meio Ambiente, Luís Eduardo Costa, ressaltou que as informações precisam chegar ao cidadão e por isso a campanha é fundamental. “Precisamos dos conselheiros, dos líderes de bairros para orientar e mostrar o mal que a pessoa causa, seja por um acidente em decorrência da fumaça ou os problemas de saúde”, disse. 

A Secretaria pode aplicar multas, pois o Código de Polícia Administrativa do Município veda a utilização de queimadas para fins de limpeza de terrenos. A multa varia entre R$ 2.339,00 a R$ 9.356,00. No entanto, o secretário ressaltou que ainda há dificuldade para identificar os autores dos incêndios, inclusive para comprovar o envolvimento do dono da área. Em 2018, os fiscais ambientais de Campo Grande notificaram e autuaram 50 imóveis pela infração de utilização das queimadas para limpeza de terrenos. 

Comitê 

O Comitê Municipal de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais e Urbanos de Campo Grande- MS foi instituído pelo Decreto n. 13.366, de 12 de dezembro de 2017, e possui o objetivo de realizar intercâmbio de informações e o planejar ações conjuntas voltadas à prevenção de riscos e ao combate dos focos de incêndios.

Composto por 17 órgãos e entidades: Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano (PLANURB); Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil – Gabinete do Prefeito (COMPDEC/GAPRE); Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social (SESDES); Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (SEMADUR); Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (SISEP); Secretaria Municipal de Educação (SEMED); Secretaria Municipal de Saúde (SESAU); Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul; Polícia Militar Ambiental (PMA/MS); Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL); Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA); Polícia Rodoviária Federal (PRF); Sindicato Rural de Campo Grande-MS; Instituição de Ensino Superior; Câmara Municipal de Campo Grande; Conselho Municipal de Meio Ambiente (CMMA); e Conselhos Regionais. 

No evento desta segunda-feira, foi feito um minuto de silêncio em respeito à morte do ex-secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, José Marcos da Fonseca.  

Serviço – Denúncias sobre incêndios podem ser feitas pelo 156 (Central de Atendimento ao Cidadão) ou 193 (Corpo de Bombeiros). 

 

Milena Crestani 

Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal