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Autoridades se reúnem para solucionar problemas com moradores de rua

31.10.2019 · 12:00 · Vereador Dr. Lívio

Na manhã desta quinta-feira (31), autoridades sociais e de segurança pública se reuniram na Santa Casa para encontrar soluções para problemas gerados pelos moradores de rua em Campo Grande, que tem se multiplicado. Dados da Seleta municipal apontam que 90% dos citados são usuários de drogas. Temos 1800 usuários de drogas hoje na cidade em situação de rua de acordo com dados da Associação da Seleta Caritativa.

“Somos parceiros porque sofremos com as sequelas do vício das drogas: Furtos, assaltos com objetos perfurantes, armas e tudo isso gera medo a quem procura auxílio hospitalar. As pessoas saem dos hospital com medo. São cerca de 400 moradores em situação de rua e 90% estão viciados em alguma droga. Propormos uma comissão pra levar adiante as reivindicações.”, revelou o presidente da Santa Casa, Dr. Esacheu Nascimento.

O vereador Dr. Lívio, convidado por um dos organizadores da reunião, Comandante do Batalhão da Área Central (1° BPM), Tenente Coronel Claudemir Rodrigues, se deixou a disposição para pensar em conjunto ações para resolver a situação. “A Solução é o que está encaminhado como a Clínica da Alma com internação voluntária que se mostrou eficaz e criar mais ações conjuntas para coibir, encaminhar, separar e punir quem precisa ser punido. Precisamos de ações imediatas e reforçar as soluções a longo prazo que vão diminuir quase totalmente situações como a que se encontram hoje a cidade de Campo Grande”, analisou.

Hoje são 269 internados na Clínica da Alma que tem a metodologia de fazer o interno voltar a ser uma família. “Trabalhamos com regras e respeito. Eles têm respeito. Ninguém nem senta na nossa marquise. É respeito. Cada um move-se fazendo alguma coisa”, explicou o responsável pela Clínica da Alma, pastor Milton Marques ele concluiu dizendo: “Me proponho a ajudar aqueles que precisarem. Dez, 20, 30… Quem levarem acolheremos”.

Para o presidente do conselho de segurança da região central, Eliezer Melo Carvalho, o Jacaré, só com internação compulsória resolve. Ele pontua que não há vergonha para os usuários de drogas. “Eles usam em qualquer hora e qualquer lugar. Precisamos achar uma luz, uma solução, um lugar para internar estas pessoas”, disse. Ele também propôs uma nova reunião em dez dias.

Conselheiro do Sindvarejo, Sebastião da Conceição, disse que o Bairro Amambai está esquecido e quem acaba preso são os comerciantes e os moradores, não os usuários. “Assistencialismo faz usuários prevalecer debaixo das marquises . Roupas e alimentos não os deixa sair do local. É preciso pensar no Direito Humanos dos outros também, não só dos moradores de rua. Nós somos assaltados e ameaçados . Perdemos funcionários. Não conseguimos trabalhar”, pontuou.

Solução

Ana Cristina promotora da Coordenadoria dos Direitos Humanos explicou a situação atual de acordo com a lei. “A nossa Legislação nos engessa. A Legislação do nosso país caminhou a favor dos direitos humanos. Quando imaginamos que ia melhorar, modificou nossa Legislação e piorou. Antes era possível desde que existisse um médico com um laudo fazer a internação compulsória. Hoje com a lei 13.840 não é mais possível nas unidades terapêuticas. Só nos órgãos de saúdes e hospitais. Nas terapêuticas só internação voluntária. Queremos achar um caminho legal. O Ministério Público está aqui na reunião para caminharmos juntos e acharmos um caminho possível”, avaliou.

Defensor Público, Mateus Augusto Sutana e Silva, falou sobre os caminhos legais e da possíveis soluções. “Legalmente temos hoje a internação voluntária e involuntária. Só podemos entrar com ação para internação involuntária já decidida pelos médicos. Minha sugestão como a da promotora. É criar um grupo de trabalho e levantarmos quantos leitos psiquiátricos temos no Estado e como podemos aumentar. Além disso, a lei veda qualquer participação de força policial. Pressionar o poder público inclusive desapropriar e reutilizar o imóvel (Rodoviária Antiga) com uma destinação pública para movimentação e gerar lucro novamente. Precisamos de destinação efetiva para pressionar quem tem a caneta para resolver”, finalizou.

Também participaram da reunião: da Santa Casa, o vice-presidente, o Diretor Secretário Adjunto Araújo Brandão, o presidente do Comitê de Saúde da Santa Casa, Heber Xavier, a Gerente de Captação de Recursos do hospital, Cátia Almeida. Dos demais órgão: o presidente do Conselho de Segurança da Região Central, Eliezer Melo Carvalho, o Superintendente da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), Ulysses Conceição Filho, Associação da Seleta Caritativa, Inácio Cabana, Coronel da Polícia Militar, Edmilson Lopes da Cunha,  a promotora da defensoria pública, Joyce Cabreira de Souza, padre Agenor Martins da Silva da Arquidiocese de Campo Grande (Instituto Misericordes), o Gerente de Segurança dos Correios do MS, Márcio Nei Mendes Moreira, a Administradora Comercial do Condomínio Terminal do Oeste (antiga Rodoviária), Rosane Nely de Lima, Pastora (Clínica da Alma) Ana Paula Marques e Paulo de Mattos Pinheiro, membro da Comissão de Segurança Pública da OAB/MS.

Rafael Belo

Assessoria de imprensa do vereador