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Audiência sobre soluções do Transporte Público ouve população e Consórcio Guaicurus

12.07.2018 · 12:00 · Audiência Pública

Na tarde desta quinta-feira (12), a Câmara Municipal de Campo Grande realizou a Audiência Pública para discutir soluções para problemas do transporte público em Campo Grande. Com a presença de representantes das Comissões Permanentes de Legislação Participativa, composta pelos vereadores André Salineiro (Presidente), Enfermeira Cida Amaral (Vice-Presidente), Papy e de Transporte e Trânsito, composta pelos vereadores Junior Longo (Presidente), Ademir Santana, Dharleng Campos e Enfermeira Cida Amaral. A Audiência teve participação de vários segmentos da sociedade que questionaram e reclamaram de todo o contexto que envolve os coletivos da Capital.

A mesa foi formada pelos vereadores Salineiro, Papy, Longo, além dos presidentes da Agetran, Janine Bruno, Agereg, Vinícios Leite Campos, Consórcio Guaicurus, João Resende, da Federação de deficientes, João Farias Alves, o secretário municipal de Segurança e Defesa Social, Valério Azambuja e o capitão Nascimento, do Batalhão da Polícia Militar de Trânsito, representando o comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, coronel Waldir Ribeiro Acosta. As pessoas com deficiência também tiveram amplo espaço e pontuaram todos os problemas que têm no cotidiano relacionado ao tema.

Para Salineiro, a audiência é fruto da fiscalização feita em ônibus onde os usuários reclamaram da lotação, da quantidade, da sujeira e baderna nos terminais, da falta de manutenção, segurança. “Tudo isso também e efeito da falta de fiscalização das outras Legislaturas. Cada um está fazendo sua parte e estamos fazendo a nossa. Um documento será feito e faremos questão de entregar para a melhoria do transporte coletivo”, pontuou.

Papy pediu foco nas soluções, não nos problemas. “Vamos apontar os problemas e tentar encontrar uma solução diante do Consórcio, da Prefeitura, do Parlamento e das pessoas. Sempre que tem uma isenção o nosso objetivo é olhar pelo prisma do consumidor. Tenho certeza que esta mesa está bem composta para encaminharmos satisfatoriamente o que aqui foi levantado”, disse.

Com muitos dados em mãos, Gabriel Santos da Silva, do Movimento Ligados ao Transporte, disse que o Consórcio não cumpre o contrato. “São cinco anos de página monitorando o Consórcio Guaicurus. Os cortes vêm acontecendo na cidade inteira. Em março tinha mais de 30 cortes em linha. Eles alegam que os cortes são feitos por falta de passageiros e os ônibus estão superlotados.  De 574 ônibus só 270 rodam até 17h. Como o consórcio não cumpre a ordem da Agetran?  Não entendemos qual a prioridade da Agetran e do Consórcio com a cidade. Estamos em 2018 e tem linha de trajeto feito em 1990. A trava é a diretoria da Agetran que não cria, que não quer uma mudança. Qual o critério? É muita coisa malfeita na cidade que é básico de resolver. O transporte tem que atender todo mundo. Temos o pior ônibus do país. Ouvi dizer que nossos ônibus estão chiques e modernos. Eles não circulam ficam parados no terminal e quando circulam não ligam o ar porque é determinado pela empresa para não gastar gasolina. No fim de semana não tem nem 200 circulando. Hoje tem mais corte ainda. Como vamos aumentar a tarifa se boa parte da frota deixou de circular?”, questionou.

O secretário da Agetran, Janine Bruno,  em divergência com o dito pelas pessoas com deficiência disse que foi criado um aplicativo para os deficientes visuais e é um dos melhores do país. “Este app conversa com o GPS e informa o nome e a pessoa com deficiência visual. Ele recebe no celular o horário e o ônibus que precisa pegar. A gente precisa sentar junto para criarmos juntos e saber o que fazer. Resolvemos do deficiente visual agora queremos buscar com vocês, deficientes auditivos. Ao longo do tempo a gente cria junto”, respondeu. Janine também culpou a gestão anterior pelos atrasos e pediu para a população deixar de ser hipócrita.

“Temos que parar de ser hipócritas, mas a manutenção é diária. O índice de roubo e vandalismo faz um estrago que prejudica toda a qualidade. Filmem quem vandaliza e coloquem nas redes. Peço ajuda de vocês. Peço que vocês filmem  da mesma forma, quando a gente tentar deixar de fazer algo, que filmme os vândalos também. O terminal é de todos nós. Ajudem. Não é só da Prefeitura.  Além disso, a gestão anterior atrasou e a gente está pagando a conta. Estamos correndo contra o tempo. Estamos recuperando. Já temos alguns corredores de ônibus. Temos e estamos fazendo mais”, justificou.

Na opinião do presidente da Agereg, Vinícios Leite Campos, não há satisfação com o que está acontecendo no transporte público. “O consórcio não está satisfeito, o prefeito não está satisfeito, a população não está satisfeita. Temos que pensar juntos . São mais de dois mil autos de infração do consórcio. Vamos atualizar e julgar. Os 5% do ISS não está beneficiando Consórcio, quem recebia era o município. O que o q prefeitura faz é obedecer o estabelecido. Tem medida mais impopular que reajuste de tarifa ainda mais com um serviço impopular?Fora isso,  o caminho é tentar busca agilidade rapidez além do conforto”, esclareceu.

O presidente do Consórcio Guaicurus, João Resende,  disse que o grupo está sempre à disposição, aberto às críticas e a evolução. “Queria fazer um apelo para que tenhamos responsabilidade ao tratarmos uma assunto tão sério quanto esse. E que a hipocrisia seja afastada. Lideranças não façam uso desta condição para induzir as pessoas ao erro.  Gosto de ser respeitado. Atuo na área há mais de 40 anos e tenho dificuldade de prestar este serviço. Estamos nos adequando e aprimorando. Já fomos enganados por várias gerações de políticos. O transporte hoje no Brasil e Campo Grande não fica fora, é o resultado de uma opção que é privilegiar o transporte individual em detrimento do transporte de massa”, disse e depois prosseguiu. “O transito impede que o transporte coletivo atenda a rapidez e pontualidade. Não é possível no ambiente que estamos vivendo hoje. O cidadão perdeu a confiança no transporte público. Ele compra uma moto e abre mão da segurança e o hospital lota e o cemitério também. Vamos cobrar infraestrutura. Os ônibus estão disputando com caçamba e veículos os espaço e assim não vão cumprir horário nunca. Muitas verdades foram ditas e muitas inverdades também.  Adequação que estamos fazendo é o que é possível. Temos que ter saúde financeira para prestar um serviço adequado. O consórcio está aberto ao debate”, finalizou.

Rafael Belo

Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal de Campo Grande