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Preteridos, aprovados em concurso público cobram nomeação na Guarda Municipal

18.11.2013 · 12:00 · Audiência Pública

Dezenas de candidatos aprovados em concurso público para a Guarda Municipal lotaram o plenário Edroim Reverdito, na sede da Câmara Municipal, para cobrar suas nomeações. Eles participaram de uma audiência pública proposta pelas comissões permanentes de Segurança Pública e Direitos do Consumidor, na tarde desta segunda-feira (18), e questionaram ainda a licitação aberta pela Prefeitura para contratação de uma empresa de segurança, sendo que 83 candidatos ainda aguardam para serem nomeados.
 
“Um emprego está difícil e todos sonham com a estabilidade, dar melhores condições às nossas famílias. Desde a época do concurso, estamos desempregados e vivemos de bico, já que ninguém quer contratar quem está na iminência de ser chamado”, reclamou Erick Garcia, um dos aprovados no certame. “Tudo o que vai gasto conosco será jogado no lixo? Ficar fazendo flexão igual um louco foi à toa?”, criticou.
 
Os candidatos foram aprovados em concurso público em 2009. O certame, válido por dois anos, foi prorrogado por igual período e será encerrado no próximo mês.  Segundo a SAD (Secretaria de Administração), restam ainda 76 homens e sete mulheres. Eles podem ser chamados somente após “levantamento da necessidade e da possibilidade financeira” do Executivo Municipal. Conforme a pasta, os candidatos aprovados além do número de vagas detém “mera expectativa de posse”.
 
A revolta dos remanescentes aumentou quando a Prefeitura de Campo Grande abriu licitação para contratação de empresas especializadas em segurança ostensiva, desarmada e uniformizada, para atender a Fundac (Fundação Municipal de Cultura) e a Segov (Secretaria de Governo). O pregão presencial está marcado para o dia 20 de novembro.
 
“Se é para fazer segurança em prédio público, os guardas estão treinados. Não só para o patrimônio, mas para eventos. Então, para que fazer o curso? Esse problema vem da gestão anterior, mas se agravou na gestão atual. Não estamos discutindo prefeito, mas Prefeitura de Campo Grande. O salário médio é de R$ 1 mil e, por isso, o impacto financeiro não é tão grande e os cofres estão abarrotados”, garante o presidente do Sisem (Sindicato dos Servidores Municipais de Campo Grande), Marcos Tabosa.
 
O chefe da Guarda Municipal da Capital, coronel Jonys Cabreira, afirmou que a necessidade de nomeação é urgente, já que muitos profissionais foram aprovados nos concursos públicos para a Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. “Temos quase 350 postos de atendimento, e isso gera preocupação. Já é notória a deficiência da segurança nos terminais. A demanda é muito grande e a tendência é piorar. A vinda dos senhores é uma necessidade para a Guarda Municipal”, apontou.
 
Segundo a vereadora Luiza Ribeiro, que participou dos debates e integra a base do prefeito Alcides Bernal na Câmara, a vontade do chefe do Executivo é “nomear todos”. No entanto, conforme a parlamentar, a Prefeitura esbarra no limite de gastos com pessoal previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal, que é de 54%. “Até novembro de 2012, a Prefeitura comprometia com a folha de pagamento 32% do orçamento. Em novembro de 2013, a Prefeitura está gastando 49% com folha de pessoal. Pode contratar? Pode. Vai estourar o limite? Não, mas vai apertar”, apontou. Segundo ela, ainda há compromissos da Prefeitura com outras categorias, que devem apertar ainda mais o orçamento.
 
Atualmente, a Guarda Municipal de Campo Grande é composta por pouco mais de 1,3 mil homens e mulheres. É o terceiro maior segmento do funcionalismo público municipal, atrás somente dos profissionais da educação e da saúde. “O papel da Guarda Municipal em Campo Grande é fundamental. Ele é praticamente uma polícia municipal. Hoje, todos falam que precisamos da Guarda armada, para que possa dar segurança em eventos e guardar a nossa juventude”, destacou o vereador Coringa, um dos proponentes da audiência.
 
Jeozadaque Garcia
Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal