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Em Audiência Pública, catadores de lixo denunciam problemas vividos no Lixão

07.12.2012 · 12:00 · Audiência Pública

 

O presidente da Comissão Permanente de Defesa do Consumidor, vereador Athayde Nery, comandou na manhã desta sexta-feira (7) a Audiência Pública para debater a situação dos catadores de lixo, que estão sofrendo com as conseqüências da nova empresa que ganhou o processo licitatório para recolhimento dos resíduos sólidos de Campo Grande.

 

A reunião contou com a presença de Leandro Albuquerque Malta, advogado e membro da Comissão de Meio Ambiente da OAB-MS (Ordem dos Advogados de Brasil, seccional de Mato Grosso do Sul); Anésio Pereira Tiago, superintendente do Ministério do Trabalho e Emprego de Mato Grosso do Sul; Olga Lemos Cardoso de Marco, Defensora Pública de Mato Grosso do Sul; Lucineide Miranda, chefe da Sessão de Políticas Públicas do Ministério do Trabalho e Emprego de Mato Grosso do Sul; Thiago Verrone, da Verrone Empreendimentos; Luiz Carlos Cobalchini, representante do Instituto Campo-Grandense da Cidadania, Flávio Sérgio, presidente da Organoeste; Cleonice Ozório de Oliveira Tamazato de Souza, representante dos catadores de lixo de rua e demais catadores de lixo do Aterro Sanitário, que fizeram questão de marcar presença na Audiência Pública para denunciar os abusos que estão sofrendo.

 

De acordo com o vereador Athayde Nery, em Campo Grande estima-se que existam cerca de 2.000 catadores e aproximadamente 800 varredores de rua. “A diretriz principal do Poder Executivo deve estar na inovação dessa Política Pública de Resíduos Sólidos, dando prioridade central aos catadores de rua ou dos lixões, como protagonistas dessa política na cidade. Os catadores são ferramentas essenciais no processo de reciclagem e limpeza de nossa cidade e precisamos valorizar isso, pensando sempre em seus direitos”, ressaltou o parlamentar.

 

A catadora de rua, Cleonice Ozório de Oliveira Tamazato de Souza, denunciou aos presentes que a empresa que ganhou a licitação do lixo em Campo Grande não tem priorizado a reciclagem dos materiais, nem mesmo valorizado o trabalho dos catadores. “Antes eram reciclados cerca de 90% dos materiais jogados no lixão. Hoje o lixo é jogado pelos caminhões e rapidamente são retirados pelas máquinas, sem chance dos catadores recolherem os materiais, sendo então cercados por seguranças, dessa forma nem 60% dos materiais estão sendo destinados para reciclagem. É preciso analisar qual é a prioridade dessa empresa, se é o meio ambiente e a reciclagem, porque se for, alguma coisa está errada”, desabafou a catadora.

 

Athayde destacou ainda que “o passo principal dos encaminhamentos dessa Audiência Pública é viabilizar que a saída deles do local deixe de acontecer sobre pressão da Prefeitura Municipal e muito menos da Solurb. Eles deverão discutir o passo a passo de cada saída, tendo clareza das necessidades que deverão ser atendidas para que possam contribuir com a importância social do trabalho deles na política urbana dos resíduos sólidos de Campo Grande”, afirmou o vereador.

 

Paulline Carrilho
Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal