09.07.2013 · 12:00 · Audiência Pública
Em audiência pública realizada na tarde desta terça-feira (9) na Câmara Municipal de Campo Grande, a Comissão Permanente de Cultura propôs a criação de um centro cultural nas instalações da antiga rodoviária da Capital, no bairro Amambai, que foi desativada em 2010. A ideia seria construir no prédio um cinema e um teatro municipal, biblioteca pública, além de transferir para o local a sede de órgãos como Fundac (Fundação Municipal de Cultura) e Arca (Acervo Histórico de Campo Grande), que hoje ocupa um pequeno espaço na rua Pedro Celestino.
A sugestão agradou quem participou da audiência. “Para promover esse espaço, que já é da Prefeitura e que está vazio, dá para se estudar arquitetonicamente e se fazer isso. Tem que sair do campo das ideias e entrar no campo do projeto. Vai oxigenar a região. Hoje, muitos ficam no ‘achismo’, enganando a população”, disse o arquiteto Ângelo Arruda, presidente do Conselho Municipal de Cultura, que defendeu a revitalização do prédio.
Desde que o novo terminal rodoviário foi construído, na saída para São Paulo (SP), foi cogitada a hipótese de transferir a sede do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) e até mesmo da Câmara Municipal para o prédio antigo. No entanto, nenhuma das ideias teve prosseguimento.
A audiência, proposta pelo vereador Chiquinho Telles, ainda discutiu dezenas de assuntos nas mais variadas áreas da cultura, como teatro, dança, música e produção cinematográfica. Representantes de segmentos da sociedade e do poder público também contribuíram com os debates. O músico Paulo Sérgio Domingos, por exemplo, cobrou orientações aos artistas que pretendem se inscrever em nos fundos de incentivo a cultura. “Existe uma janela que se abre, se fecha, e 90% dos artistas não conseguem participar. Sempre os mesmos artistas se inscrevem e ganham os incentivos”, afirmou, cobrando fim da burocracia no processo de seleção.
Já o diretor teatral Vitor Samúdio defende uma maior valorização dos artistas nos bairros da Capital. “Feliz seríamos nós se esses potenciais, esses grupos que fazem arte no seu bairro, tivessem a valorização que merecem. Temos que valorizar as pessoas que fazem cultura nos bairros. Pode ser o bairro mais pobre da cidade, mas lá existe cultura”, afirmou. “Hoje temos uma Câmara bem interessante, com vários que apoiam a bandeira da cultura. Isso é importante para a gente”, completou.
Entre os encaminhamentos, os participantes sugeriram o cumprimento efetivo do Plano Municipal da Cultura, criação de uma coordenadoria para auxiliar artistas dentro dos projetos do Executivo, retomada do Caminhão da Cultura, cursos e oficinas nos bairros, além de uma possível revisão na lei do silêncio, já que muitos músicos se sentem prejudicados e não podem realizar apresentações em determinados horários.
O presidente da Fundação Municipal de Cultura, Júlio Cabral, garantiu que a Prefeitura tem feito o possível para atender as demandas. “Nós temos uma obra, que é o Centro de Belas Artes. O planejamento deste ano concentrou a maior parte do nosso orçamento no Centro de Belas Artes. Nos deixou um pouco engessados, não vai ficar pronto tão cedo, e vai demorar uns dois anos e meio. Há um esforço da administração para atender as demandas. A partir do ano que vem, vamos poder trabalhar com mais tranquilidade e atender melhor as necessidades”, afirmou.
Jeozadaque Garcia
Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal