Educadores, autoridades e estudantes discutem medidas para coibir violência nas escolas
25.09.2013 · 12:00 · Audiência Pública
Representantes de diversos segmentos sociais debateram, durante audiência pública na tarde desta quarta-feira (25), a situação da violência nas escolas de Campo Grande. A discussão foi convocada pelos vereadores Otávio Trad (presidente), Carlão (vice), Airton Saraiva, Chiquinho Telles e Juliana Zorzo, que compõem a Comissão Permanente de Segurança Pública da Câmara Municipal, e contou com a presença de alunos da rede pública de ensino, pais, professores e autoridades.
“A audiência nasceu após várias denúncias e pedidos de pais, da sociedade”, disse o vereador Chiquinho Telles, que propôs o debate. Ele apresentou ainda uma série de casos de violência envolvendo jovens e lembrou a morte da estudante Luana Vieira Gregório, 15 anos, assassinada na porta de uma escola da Capital. “São fatos como esses que nos levaram a fazer essa audiência, para que possamos ouvir a população. Estamos aqui mais para ouvir vocês, para que dessa audiência encaminhemos indicações, requerimentos e projetos de lei”, continuou.
Os estudantes foram os primeiros a apresentar sugestões. O jovem José Michel, 16 anos, cobrou mais policiamento nas entradas dos colégios e palestras para conscientizar os estudantes sobre o bullying. Lucas Gomes, da mesma idade, também pediu reforço na segurança. “Na nossa escola é bem raro ver policiamento na entrada e saída das aulas. Esse mês foram gangues na frente da escola. Peço a colaboração de vocês vereadores não só na minha escola, mas em toda Campo Grande”, disse.
A violência contra professores também foi tema dos debates. Números do MEC (Ministério da Educação) apresentados em uma reportagem do Jornal Hoje, da TV Globo, mostram que 47% dos professores e funcionários de escolas públicas do Brasil foram xingados. Além disso, 11% sofreram agressões físicas por parte dos alunos.
“Tenho vivenciado inúmeras situações de violência, e não é um problema de preparação do profissional. Precisamos da ajuda de autoridades. As escolas precisam de policiamento. Nosso problema maior tem sido a ausência da família na escola. Tem sido colocada na escola toda a responsabilidade de educar. Os educadores são mais que vitoriosos”, destacou.
Entre as diversas sugestões tiradas durante a audiência, os participantes cobraram, principalmente, reforço no policiamento dos colégios e presença maior das famílias no dia a dia das escolas. Presidente do Sindicato dos Guardas Municipais, Hudson Pereira Bonfim afirma que a “segurança pública é dever do Estado, mas responsabilidade de todos, pais, professores e alunos”. “O pai transfere essa responsabilidade para professores e diretores. Estamos com a Guarda coletando informações, preparando rondas direcionadas em escolas com altos índices de criminalidade, e auxiliando professores e diretores. A responsabilidade é de todos”, afirmou.
Jeozadaque Garcia
Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal