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Para Coordenadora da Smart City Porto Digital, Lei Municipal de Inovação promove interlocução entre agentes inovadores e cria soluções humanizadas para problemas da cidade

04.12.2017 · 12:00 · Vereador Otávio Trad

Campo Grande recebeu nesse fim de semana um evento inovador que desafiou participantes a pensarem a cidade de maneira inteligente e a buscarem soluções para problemas da sociedade de forma criativa. O Hack a City foi uma maratona de 24 horas realizada pelo Living Lab em parceria com a Prefeitura Municipal de Campo Grande e Câmara Municipal de Campo Grande.

Ao todo, foram 60 participantes que se dividiram em dez equipes. Cada time apresentou uma idéia inovadora para realizar um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU). Entre os objetivos constam: erradicação da pobreza; fome zero; boa saúde e bem-estar; emprego digno e crescimento econômico; energia acessível limpa, entre outros. As ideias apresentadas foram julgadas por uma banca composta pelo prefeito Marquinhos Trad, o diretor-presidente do Sebrae/MS, Tito Estanqueiro, o reitor da UFMS, Marcelo Turine, o Superintende Regional do Trabalho no Estado, Vladimir Benedito Struck e Margarida Coquim Campolargo.

O Hack a City teve início em Portugal, na Cidade do Porto, em 2001. No país europeu, a maratona, que reúne, designers, programadores, entre outros profissionais e estudantes da área de tecnologia, informação e negócios, foi organizado por Margarida Campolargo, que é consultora na área de Smart City, responsável pela Smart City Porto Digital na Cidade do Porto e CEO da Pointify.

Margarida esteve presente no Hack a City Campo Grande como integrante da banca examinadora. Para a especialista, a cidade mostrou grande potencial inovador. “Vi um potencial enorme, existe aqui grande sensibilidade social e atenção aos dados que o Município forneceu às várias equipes. Essa união entre academia, setor do empreendedorismo e administração pública é fundamental para uma smart city.”

Lei Municipal de Inovação

Para o vereador Otávio Trad (PTB), que participou do evento, o Hack a City deixa claro o potencial de inovação de Campo Grande e reforça a necessidade da criação da Lei Municipal de Inovação. “Desde início do ano, estamos trabalhando com grupo diversificado de profissionais para elaborar a Lei Municipal de Inovação. Hoje, neste evento, vemos o quanto será importante ter uma lei que irá permitir a criação de um fundo para incentivar projetos, a criação de um sistema municipal de inovação que irá promover a interação entre todos os atores desse processo, ente outros benefícios.” O Projeto de Lei está em fase final de elaboração e deve ser apresentada pelo parlamentar ainda este ano.

Questionada a respeito da criação de legislação específica para fomentar e incentivar inovação, Margarida destaca a importância da integração dos agentes inovadores de uma cidade e a organização de um sistema que atue em benefício da sociedade e seja capaz de oferecer soluções para os problemas do dia a dia.

“Acredito no conceito de cidades inteligentes e humanas, embora nem todas as cidades precisem de tecnologia para resolver seus problemas, mas todas as cidades que recorrem à tecnologia obtém grandes ganhos com isso, desde a simplificação do dia a dia para pegar ônibus até uma questão mais social de integração de pessoas com dificuldades físicas, mentais, econômicas e sociais, quando isso acontece o potencial de crescimento das cidades é tremendo.”

Margarida conta um pouco da experiência de Portugal com as políticas públicas voltadas à inovação. Para ela, é fundamental que haja mecanismos legais, como a Lei Municipal de Inovação, para incentivar ações que resolvam problemas da sociedade de forma sustentável. A coordenadora da Smart City Porto Digital explica que a partir do momento que se consolidam leis e políticas públicas, é possível criar um ecossistema de inovação capaz de fazer a interlocução entre todos os atores do processo, beneficiando a sociedade.  

“Trabalhamos muito com políticas públicas de incentivo. Temos projetos que promovem a integração do empreendedorismo com setores da cidades dando atribuição de competência a startups em fase de desenvolvimento e projetos como Porto Innovation, que foca na interligação entre vários stakeholders do nosso ecossistema de inovação. Para nós, essa é uma das prioridades de políticas públicas. Construir e fazer crescer, dar voz a todos os atores, ouvir as questões da cidade e incentivar de forma criativa novos planos diretores para cidade. A integração entre os atuantes no processo é um ponto chave.”

Heloísa Lazarini
Assessoria de Imprensa Vereador