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Em combate à violência contra as mulheres, Câmara Participativa defende representação igualitária

29.11.2017 · 12:00 · Câmara Participativa

Em alusão ao Dia Internacional contra a Violência de Gênero, celebrada no dia 25 de novembro, os vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande realizaram nesta quarta-feira (29), mais uma edição do Projeto Câmara Participativa para discutir políticas públicas para eliminação da violência contra as mulheres. O evento foi realizado na Escola Municipal “Profª Maria Tereza Rodrigues”, com o propósito de levar a discussão para dentro das escolas.

Para a vereadora Enfermeira Cida Amaral, que é vice-presidente da Procuradoria da Mulher da Casa de Leis, a mulher precisa ter representação igualitária em todos os segmentos da sociedade. “Estamos no século XXl falando sobre como eliminar a violência contra as mulheres. Precisamos promover a participação igualitária dessa mulher, aumentar a participação na política, órgãos públicos, em cargos de alto escalão. Precisamos combater a violência das mulheres de todas as formas, física, moral, psicológica e, principalmente, social. Precisamos envolver as mulheres em todos aspectos, reforçar o empoderamento econômico, trabalhar pela inclusão das mulheres. Chega de discutir cotas, o que precisamos realmente é de paridade”, defendeu.

 De acordo com a subscretária municipal de Políticas para as mulheres, Carla Stephanini, além de orientar as mulheres, é necessário levar a informação para os homens. “Importantíssimo dialogar com a educação, com a segurança pública, saúde, isso faz com que fortaleça a mulher denunciar o agressor e possibilita mostrar para essa mulher que o poder público está preparado para apoia-la. Mas, além de conversar com as mulheres, precisamos conversar com os homens, para que eles possam entender o que é o machismo. Esse diálogo é extremamente importante com os homens para sairmos dessa situação, e as políticas públicas vêm exatamente para transformar essa ordem social”, frisou. 

Na ocasião, Stephanini informou: “Neste ano, de janeiro a novembro tivemos 13 tentativas de feminicídios e 6 feminicídios consumados, esses números justificam a necessidade do enfrentamento da violência contra as mulheres. Vale lembrar que a Casa da Mulher Brasileira funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano e conta com profissionais preparados para acolher a mulher”, disse.Conforme explicou Tai Loschi, coordenadora da Casa da Mulher Brasileira, devido ao alto índice de feminicídos na Capital foi necessária a implantação da infraestrutura da Casa da Mulher Brasileira em Campo Grande. “Devido as estatísticas que indicavam um alto índice de feminicídio na capital, foi implantada em Campo Grande a infraestrutura da Casa da Mulher Brasileira. A equipe toda está preparada para acolher e dar um atendimento humanizado. Em outubro mais de 1.200 mulheres procuram pela casa da mulher”, confirmou.

Segundo o 1° secretário da Câmara de vereadores, vereador Carlão, “A câmara vai trabalhar no sentido de dar condição para eliminar a violência contra as mulheres, através dos debates, audiências, projetos, vamos fazer o nosso papel, vamos contar com apoio do Executivo. Essa violência não pode existir, tem que ser eliminada”, declarou.

O vereador Delegado Welligton reforçou a importância do debate dentro das escolas. “Esse assunto é extremamente importante e tem que ser amplamente discutido dentro das escolas. Se começarmos a falar na escola dos direitos iguais entre homens e mulheres, com certeza iremos formar um jovem consciente desse cenário. Importante informar também que a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher é composta por mulheres, fundamental para a mulher se sentir mais à vontade quando procurar ajuda”, referiu.

Já a diretora da Escola Municipal Profª Maria Tereza Rodrigues, Rosinete de Jesus Nascimento, agradeceu a iniciativa em levar o debate para dentro da escola. “Agradeço pela inciativa em trabalhar o tema dentro da escola. Muitas mulheres não conseguem se livrar desse ciclo de violência pela dependência financeira. É importante esse debate, essa rede de atendimento as mulheres para ela poder buscar ajuda. Importante o assunto estar vindo para escola para trabalharmos a formação das nossas crianças. Vamos criar de forma não machista nossos filhos”, apoiou.

O vereador Pr. Jeremias Flores, destacou a importância das igrejas no enfrentamento da violência contra as mulheres. “Quando se fala em violência contra as mulheres, as igrejas contribuem muito, a igreja desenvolve também um trabalho educacional. E com certeza os vereadores estão comprometidos com as mulheres”, afirmou.

Para o servidor público, Paulo Martins, é importante colocar o assunto na grade curricular. “Para ajudar no combate à violência, é necessário elaborar um Projeto que traga o assunto inserido na grade curricular”, opinou.

O vereador Dr. Wilson Sami, afirmou que vivemos em uma sociedade machista. “Sou médico e, infelizmente, vivemos em uma sociedade machista, vemos tantas atrocidades cometidas contra as mulheres. Temos que debater políticas públicas para resgatar a dignidade das mulheres, podem contar comigo, meu voto é sempre a favor da mulher”.

“Parabenizo a iniciativa da Procuradoria da Mulher pela proposição do debate, a Câmara Participativa é para ouvir mais a população, falar menos e depois levar a devolutiva para a população”, destacou o vereador Chiquinho Telles.

Segundo o vereador Valdir Gomes a mulher não pode aceitar a violência. “Ninguém tem direito de apanhar, a mulher não pode aceitar essa violência, todos os dias vemos várias mulheres morrendo pelos namorados, maridos, ex-namorados e ex-maridos, por medo de denunciar”, lamentou.

A presidente da Procuradoria Especial da Mulher da Câmara, vereadora Dharleng Campos, explicou que muitas mulheres não denunciam pela dependência emocional e financeira. “Para muitas mulheres é difícil denunciar, porque muitas vezes o agressor é pai dos seus filhos, dependem financeiramente desse homem. As mulheres ocupam espaços pequenos dentro da nossa sociedade, a valorização salarial ainda é pequena, mas não podemos perder a vontade de lutar, de aprovar projetos que possibilitem as mulheres ocuparem espaços maiores dentro da nossa sociedade”, esclareceu.

“Temos muito ainda o que trabalhar, ontem aprovamos o Projeto que estabelece no mês de novembro, o Mês da Conscientização do Feminicídio, vamos trabalhar no sentido de conscientizar, falar e combater o feminicídio. Campo Grande está se destacando, lamentavelmente, nesse cenário do feminicídio, Mato Grosso do Sul já ocupa o segundo lugar no Ranking do nosso País, e juntos podemos sim eliminar a violência contra as mulheres”, finalizou.

A Câmara Participativa foi promovida pela Procuradoria Especial da Mulher da Casa de Leis.

 

Dayane Parron

Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal