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Em audiência pública, vereadores discutem sobre leitos hospitalares

12.06.2018 · 12:00 · Audiência Pública

A Câmara Municipal de Campo Grande realizou nesta terça-feira (12) uma Audiência Pública, convocada pela Comissão Permanente de Saúde, composta pelos vereadores Dr. Loester (presidente), Antônio Cruz (vice), Enfermeira Cida Amaral, Dr. Lívio e Fritz, para discutir sobre os leitos hospitalares na Capital. A reunião contou com a presença de diversas autoridades do Estado, vereadores e representantes de diferentes bairros de Campo Grande.

Em sua explanação, o Vereador Valdir Gomes, colocou que quando visita as UBS’s (Unidades Básicas de Saúde), se deprime com o que vê. “A saúde está morta em Campo Grande, a estrutura está arcaica. Não podemos mais deixar as pessoas morrerem por falta de estrutura”, desabafou.

Segundo a colocação da Defensora Pública na área da saúde no Estado de Mato Grosso do Sul, Eni Maria Sezerino Diniz, a superlotação é um problema que se arrasta há muito tempo. “Os leitos hospitalares já não suportam a demanda do Estado”, enfatiza.

De acordo com a Promotora de Justiça do Ministério Público Estadual, Filomena Aparecida Depolito Fluminhan, “Campo Grande está muito sobrecarregada e ainda assim recebe pessoas do interior, o que só faz crescer a demanda. A falta de medicações também é outro motivo que faz aumentar a necessidade por leitos hospitalares”, colocou.

A carta do usuário do SUS diz claramente quais são nossos direitos alegou Ariovaldo Ribeiro de Oliveira, conselheiro da UBSF do Bairro Botafogo. “Me sinto um palhaço, pois ninguém me respeita.  Aquelas pessoas só querem ser atendidas. Os procedimentos não são respeitados. Aquelas cadeiras não são lugares para esperar vagas. Nas UPAs, não tem mais macas. As pessoas ficam igual vaca no brete, todas encurraladas”, indagou.

“Há uma falta de respeito com a população. Onde estão nossos direitos?”, questionou Maria Diva da Silva, coordenadora do Conselho da UBSF do bairro Los Angeles. “Até quando teremos que procurar Ministério Público e Defensoria Pública para resolver nossa situação?”, inqueriu.

Na visão do Superintendente da Santa Casa, Augusto Ishi, “Somos uma Capital de 900 mil habitantes e recebemos o interior. Falta leito ou eficiência para todos os hospitais? Às vezes o paciente fica internado 30 dias aguardando uma cirurgia. O paciente está de alta e aguarda a Prefeitura do interior vir buscar. Não conseguimos girar leito. Temos que discutir a saúde em 360 graus. A solução está dentro de casa”, afirmou.

“O problema é complicado, se fosse fácil já teria sido resolvido”, colocou Marcelo Vilela, secretário de Saúde. “Eu, como Poder Executivo, tenho que fazer. E eu herdei tudo que disseram aqui: são demandas de vários anos. Peguei um almoxarifado, tudo sem remédio. Precisamos melhorar. Eu também quero saúde igualitária para todos”, enfatizou.

Por fim, o vereador Fritz agradeceu a presença de todos e propôs a criação de um seminário para tratar sobre a questão de judicialização e formar uma Comissão para avaliar a questão da contratualização dos leitos.

 

Jô Pecorari

 

Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal