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Coordenadora ressalta importância de declarar à família desejo de doar órgãos e salvar vidas

18.09.2018 · 12:00 · Palavra Livre

No mês em que  é celebrado o “Dia Nacional da Doação de Órgãos”, a Dra. Claire Miozzo, coordenadora da Central Estadual de Transplantes, fez uso da tribuna, na sessão desta terça-feira da Câmara de Vereadores de Campo Grande, para destacar a importância de as pessoas declararem à família a vontade em se tornar um doador. O convite para uso da palavra livre foi feito pelo vereador Dr. Lívio, autor do  projeto de Lei 9.065/2018, que institui, no âmbito do município de Campo Grande, o Setembro Verde, como mês dedicado ao incentivo à doação de órgãos e tecidos. 

Atualmente, em Mato Grosso do Sul, mais de 200 pessoas estão na fila de espera, aguardando transplantes. No Pais, são aproximadamente 30 mil pacientes. “É importante deixar claro para família que somos doadores. Não há necessidade de ter documento registrado cartório, nada. Apenas manifestar essa vontade de se tornar doador e, assim, ajudar a salvar vidas”, explica Claire Miozzo. Ela pondera que será impossível zerar a fila no País, mas há muitas possibilidades para diminuir essa lista. 

A coordenadora declarou que a negativa familiar ainda é o maior empecilho para os transplantes, pois de 40% a 50% dos familiares negam-se a autorizar a doação, alegando que desconhecem a vontade da pessoa que morreu. “Por isso precisamos de multiplicadores dessa ideia”. Dessa forma, ela enfatizou a importância de prédios públicos e instituições serem iluminados de verde, como forma de chamar a atenção e motivar conversas sobre o tema. 

Claire destaca o trabalho no Estado em relação ao Banco de Olhos, que funciona na Santa Casa, para transplantes de córnea. Atualmente, há 112 pacientes na fila de espera que, anteriormente, já chegou a estar zerada. Ela ressalta que o centro é uma referência, inclusive, para outros estados. 

A Central de Transplantes é ligada ao Ministério da Saúde e todos os procedimentos são regulados por leis, portarias e decretos. Em Mato Grosso do Sul, são feitos apenas transplantes de córnea e rim, mas os pacientes que precisam de transplantes de coração ou pulmão, por exemplo, são atendido em outros estados. A captação, em caso de morte encefálica, é feita aqui e conta-se com transporte aéreo para encaminhar órgãos aos outros estados. 

Claire destacou ainda as possibilidades de doações em vida, a exemplo de casos específicos de rim e parte do fígado ou da doação de medula óssea, que consta com cadastro nacional e longa fila de espera. “Temos que aumentar o número de doadores. Algumas pessoas só podem ter seu problema resolvido com transplante”, destaca. 

 

Milena Crestani 

Assessoria de Imprensa da Câmara de Vereadores