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Avanços e direitos para os surdos são abordados na Tribuna

12.09.2017 · 12:00 · Palavra Livre

A sessão ordinária desta terça-feira (12) contou com a participação da professora especializada em Educação de Deficientes Auditivos, Emeli Marques Costa, que usou a Tribuna para falar sobre o “Setembro Azul”, movimento dos surdos e suas conquistas. O convite foi feito pelo vereador Ademir Santana.

Emeli Marques contou que precisou sair do Estado a procura de ensino adequado para seu filho surdo. “Partimos para o Rio de Janeiro em busca de uma educação adequada, nenhuma escola em Campo Grande na época aceitava meu filho na escola. Voltando para Campo Grande foi possível encontrar os avanços”, contou.

Para Emeli Marques a escola deve estar preparada para receber uma criança surda. “O Centro Estadual de Atendimento ao Deficiente da Audiocomunicação (CEADA), está vazio por conta de uma política equivocada em tratar a inclusão social para o surdo nas escolas que não estão capacitadas para atender essas crianças, precisamos resgatar o CEADA. É preciso respeitar no processo educacional a língua de sinais, a língua portuguesa é a segunda língua relevante no ensino para criança surda, é uma outra metodologia”, frisou.

Na ocasião, Emeli Marques citou algumas conquistas na legislação que permitiram o avanço nos direitos dos surdos. “Obtivemos alguns avanços através da legislação de 1993, quando Campo Grande, por meio deste Plenário, reconheceu a Língua Brasileira de Sinais (Libras), em 1996 o Estado reconheceu a língua de sinais e, em 2002 quando o Governo Federal reconheceu a Língua Brasileira de Sinais”, pontuou.

“Os avanços da comunidade surda no Brasil e aqui em Campo Grande são visíveis, tivemos esta semana reportagens que focaram na presença dos surdos em movimentos, reivindicando questões de direitos que ainda não estão sanados, mas já podemos ver eles reivindicando e não sendo tratados como coitadinhos da sociedade, precisamos de um trabalho de empoderamento das minorias linguística”, defendeu.

Por fim, Emeli contou a história do movimento Setembro Azul. “É uma conquista que traz uma lembrança terrível, a lembrança das pessoas que foram mortas pelo nazismo na 1ª e 2ª guerra mundial e, os surdos do mundo todo, resgatam isso no movimento Setembro Azul, porque setembro é o mês que deu a vida aos surdos, com a fundação do Instituto Nacional de Educação de Surdos”, disse.

Dayane Parron
Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal